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MP da Argentina pede convocação de Fernández para depor em caso de violência de gênero

Fernández é acusado de duas lesões leves, agravadas por serem violência de gênero e supostamente exercidas contra sua ex-esposa, Fabiola Yáñez; Ex-presidente pode ser condenado a até 18 anos de prisão

Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina (Adam Gray/Getty Images)

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EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 21h08.

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O chefe do Ministério Público (MP) da Argentina, Ramiro González, solicitou nesta segunda-feira a convocação do ex-presidente do país Alberto Fernández para depor pelos crimes de violência de gênero contra a ex-primeira-dama e mãe de seu filho, Fabiola Yáñez, confirmaram à Agência EFE fontes da Justiça.

Fernández é acusado de duas lesões leves, duplamente agravadas por serem violência de gênero e supostamente exercidas contra sua ex-companheira, e uma lesão grave devido à debilitação permanente da saúde de Yáñez, também duplamente agravada.

O ex-presidente também é acusado do crime de coação para que Yáñez não relatasse os fatos ao juiz federal Julián Ercolini.

Por esses crimes, o ex-presidente pode ser condenado a até 18 anos de prisão.

Yáñez, de 43 anos, denunciou o ex-presidente, de 65 anos, depois que a Justiça argentina, em uma investigação contra Fernández por suposto tráfico de influência, encontrou conversas e imagens no telefone da secretária do ex-chefe de Estado que poderiam indicar a prática do crime de “lesões leves no contexto de violência de gênero”.

O MP coletou provas dos telefones da secretária de Fernández, María Cantero, e de Yáñez. Também foram analisados os registros de receitas e despesas da residência oficial na cidade de Olivos, durante o mandato presidencial; assim como os telefonemas entre o casal desde 2016.

Já foram colhidos depoimentos de Yáñez, Cantero, do ex-superintendente da residência oficial de Olivos Daniel Rodríguez, da mãe e da irmã da ex-primeira-dama, da jornalista Alicia Barrios e dos médicos da presidência Federico Saavedra e Federico Alem.

Também prestaram depoimento a esteticista de Yañez, Florencia Aguirre; a ex-amiga Sofia Pacchi; a ex-babá de seu filho, Noelia del Valle Gómez; e a ex-governanta Cinta Tonietti, entre outras pessoas.

Foram anexados documentos médicos, declarações públicas, fotos e vídeos fornecidos pelas partes e registros da atividade oficial de ambos durante o mandato presidencial.

Para González, Fernández exerceu diferentes tipos de violência contra sua companheira praticamente desde o início do relacionamento, em um contexto de violência de gênero marcado por uma relação assimétrica de poder.

De acordo com as conclusões do MP, às quais a EFE teve acesso, Yáñez mudou-se para a Espanha, onde ainda mora, por desejo do próprio Fernández, na suposição de que seu partido político venceria as eleições de 2023 e que ele seria então nomeado embaixador no país europeu.

O MP especificou que, em Madri, a ex-primeira-dama viveu sob pressão econômica de seu suposto agressor, que a coagiu a não denunciar diante do juiz Ercolini a violência sofrida, assim como os danos emocionais.

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