Melbourne, Austrália: uma rua é isolada pela polícia após o atropelamento que deixou seis mortos em 20 de janeiro de 2017 (Agence France-Presse/AFP)
AFP
Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 07h18.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2019 às 09h59.
Um motorista que matou seis pessoas em janeiro de 2017 em Melbourne foi condenado nesta sexta-feira à prisão perpétua por um ato considerado um dos maiores assassinatos em massa na história da Austrália.
Na ocasião, várias testemunhas relataram que viram "corpos voando", enquanto os pedestres corriam para escapar do automóvel, que avançou em alta velocidade pelo centro de Melbourne, grande metrópole do sul do país.
James Gargasoulas, 29 anos, matou seis pessoas, incluindo um bebê de três meses e uma menina de 10 anos, e feriu dezenas de pedestres. A polícia descartou rapidamente qualquer vínculo com organizações terroristas.
A Suprema Corte do estado de Victoria anunciou nesta sexta-feira a pena de prisão perpétua, com período mínimo de 46 anos na prisão.
O juiz Mark Weinberg considerou que James Gargasoulas era totalmente consciente de seus atos, embora estivesse sob efeito de metanfetamina.
"É um dos piores exemplos de assassinatos em massa da história da Austrália", afirmou o magistrado.
O júri precisou de apenas uma hora para decidir em julho que o acusado era culpado. Gargasoulas pediu perdão durante o julgamento "do fundo do coração".
O juiz Weinberg considerou que o arrependimento do acusado não era sincero e destacou que o fato de não ter provocado mais mortes foi "puramente fortuito".
"Você era plenamente consciente da probabilidade de matar, ou pelo menos de ferir gravemente, as pessoas que atingia ao dirigir o veículo entre a multidão como fez", disse o magistrado.