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Motorista processa Trump por anos de horas extras não pagas

Noel Cintron disse que a organização Trump não lhe pagou 3.300 horas extras nos últimos seis anos e não deu nenhum aumento "significativo" em 12 anos

A Organização Trump disse que Cintron foi pago de forma justa (Leah Milllis/Reuters)

A Organização Trump disse que Cintron foi pago de forma justa (Leah Milllis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de julho de 2018 às 18h32.

Nova York - Um homem de Nova York que diz ter sido motorista particular de Donald Trump por mais de 20 anos entrou na Justiça contra a empresa do presidente dos EUA nesta segunda-feira (09), alegando que não foi pago por milhares de horas extras.

Noel Cintron, de 59 anos, disse que a organização Trump não lhe pagou 3.300 horas extras nos últimos seis anos e não deu nenhum aumento "significativo" em 12 anos.

A Organização Trump disse que Cintron foi pago de forma justa.

Cintron pede pagamentos de danos que seu advogado diz que podem chegar a US$ 400 mil, incluindo danos punitivos e valores para violações de leis federais e estaduais.

Somente o total de horas extras totaliza mais de US$ 178 mil, a US$ 54,09 a hora, e poderia ter sido maior, não fosse uma previsão de limites, diz o processo.

"Em uma demonstração totalmente insensível de privilégios e direitos injustificados e sem mesmo um mínimo senso de obrigação nobre que o presidente Donald Trump, por meio de suas entidades, explorou e negou salários significativos a seu próprio motorista de longa data", diz o processo apresentado.

A Organização Trump discordou. "O senhor Cintron foi pago o tempo todo generosamente e de acordo com a lei", disse uma porta-voz por email. "Uma vez que os fatos apareçam, esperamos ser totalmente rebatidos no tribunal."

Donald Trump não foi acusado diretamente. O processo iniciado na Suprema Corte estadual de Nova York em Manhattan se soma a uma longa lista de litígios direcionados contra o presidente e seus negócios.

Cintron disse que ele dirigiu para Trump, membros de sua família e de seu negócio por mais de um quarto de século, em média de 50 a 55 horas por semana, e se uniu à equipe de segurança de Trump depois que o Serviço Secreto assumiu as responsabilidades de transporte em 2016.

Ele disse que seu salário foi elevado para 68 mil dólares em 2006 e depois para 75 mil dólares em 2010, mas o último aumento exigiu que ele abrisse mão de benefícios médicos. Cintron disse que isso poupou Trump de pagamentos de 17.866 dólares por ano em seguro saúde.

Larry Hutcher, advogado de Cintron, afirmou que seu cliente não havia entrado com processo antes por não saber de seus direitos, e que foi "lamentável" que uma ação judicial se tornasse necessária.

"É irônico que o presidente Trump, que se apresenta como um advogado do homem trabalhador, não veja como adequado pagar seu próprio motorista com um salário justo", disse Hutcher, em entrevista.

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