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Motorista de ônibus que bateu na Suíça tinha doença cardíaca

No entanto, esta é a principal revelação da autópsia realizada no motorista, divulgada nesta quinta-feira por Olivier Elsig


	Parte frontal do ônibus destruída no acidente: o acidente em questão causou muita comoção na Europa porque a maioria das vítimas eram crianças entre 11 e 12 anos
 (Sebastien Feval/AFP)

Parte frontal do ônibus destruída no acidente: o acidente em questão causou muita comoção na Europa porque a maioria das vítimas eram crianças entre 11 e 12 anos (Sebastien Feval/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2012 às 13h36.

Genebra - O motorista do ônibus que colidiu contra uma das paredes de um túnel de uma estrada da Suíça no último mês de março - acidente que causou a morte de 28 pessoas, 22 delas crianças -, tinha uma doença cardíaca que poderia ter lhe causado um infarto, embora não haja provas de que esta doença tenha sido a causa da perda de controle do veículo.

No entanto, esta é a principal revelação da autópsia realizada no motorista, divulgada nesta quinta-feira por Olivier Elsig, procurador-geral do cantão do Valais, região da Suíça onde ocorreu o acidente.

A autópsia deixa claro que o motorista morreu por causa das lesões sofridas no acidente, mas também exalta uma patologia que eventualmente poderia ter motivado a suposta indisposição do motorista e, consequente, a perda de controle do ônibus.

O relatório médico estabelece que o motorista tinha "uma patologia coronária na forma de uma arterioesclerose (acumulação de gordura) na artéria coronária esquerda, com um estreitamento de pelo menos 60%".

"Esta patologia pode provocar problemas cardíacos, incluindo um infarto, problemas que podem ser favorecidos por outros fatores de risco envolvendo o motorista, como o tabagismo e o excesso de gordura no sangue. No entanto, não existem provas de que esta patologia esteja na origem do mal-estar que poderia explicar a perda de controle do veículo", conclui o relatório.

Para determinar se esse "eventual" mal-estar poderia estar ligado à patologia coronária, a Promotoria suíça solicitou uma minuciosa investigação ao Centro Universitário de Medicina Legal.

A autópsia também revelou que o sangue do motorista continha paroxetina, uma substância que é usada em remédios antidepressivo. Desta forma, as investigações também deverão determinar se a quantidade do remédio presente no sangue do motorista poderia ter provocado algum efeito colateral incompatível com a atividade que exercia.


As análises toxicológicas confirmaram que o motorista não conduzia sob os efeitos de álcool ou entorpecentes.

No último dia 15 de junho, um relatório já havia descartado a hipótese de uma imperfeição do ônibus ter causado o acidente, assim como uma possível intervenção de outro veículo, um defeito na calçada e a velocidade excessiva.

O veículo, que colidiu de maneira frontal contra uma das paredes do túnel de uma estrada na cidade de Serre, contava com dois motoristas. Primeiramente, a viagem foi iniciada com o motorista mais experiente (52 anos) e, após 75 minutos, houve uma troca de motorista.

A partir desta troca, o ônibus foi assumido por um motorista de 34 anos, com o qual o veículo só percorreu 2.222 metros em dois minutos antes de o acidente ocorrer.

O relatório da Promotoria, que foi divulgado hoje, também aborda o tempo de repouso dos dois motoristas durante um mês e, segundo as autoridades suíças, tudo estava em ordem.

A "única infração" foi detectada no dia 24 de fevereiro, 19 dias antes do acidente, quando o motorista que conduzia quando aconteceu o acidente, que também trabalhava como controlador em uma empresa de transporte, "teve um tempo de repouso ao limite da legalidade".

Em comunicado, o procurador-geral do cantão do Valais assinala que "se for confirmada que a única causa razoável do acidente estiver relacionada com o motorista falecido, se considerará a classificação penal do caso".

O acidente em questão causou muita comoção na Europa porque a maioria das vítimas eram crianças entre 11 e 12 anos, as quais voltavam à Bélgica, onde residiam, depois de terem passado uma semana de férias em uma estação de esqui na Suíça. 

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