COALIZÃO A CAMINHO DE MOSUL: Retomar o controle da segunda maior cidade do Iraque significa infligir grande perda ao Estado Islâmico / Azad Lashkari / Reuters (Azad Lashkari/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2016 às 20h46.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.
Uma das batalhas mais importantes está em curso contra o grupo terrorista Estado Islâmico (Isis) no Iraque. Uma coalizão formada por tropas curdas, americanas, iraquianas e dissidentes sunitas tenta tomar a cidade de Mosul, um pólo industrial e petroleiro ao norte do Iraque, que está sob domínio do Isis desde 2014. Tomar Mosul significará não só eliminar a última fortaleza do grupo no país, como também a maior perda do Isis, que estabeleceu na cidade a capital cultural e estratégica do seu autodenominado Califado.
Estima-se que 30.000 soldados em tropas de coalizão estejam envolvidos na operação, contra cerca de 6.000 guerrilheiros que ocupam a cidade. Segundo autoridades, a operação avançou cerca de 200km até agora. Mas, conforme as tropas se aproximam dos subúrbios da cidade, a batalha se torna mais intensa e difícil. As estimativas mais otimistas esperam que Mosul seja tomada até o final do ano, enquanto que as mais conservadores não acham que o Isis caia antes de três meses.
Após o domínio da cidade pelo Estado Islâmico, outros grupos religiosos, homossexuais e dissidentes foram caçados ou brutalmente assassinados, reduzindo o número de habitantes para o que hoje estima-se ser cerca de 1,5 milhão de pessoas. O medo das autoridades internacionais e da ONU é que aqueles que restaram possas ser usados como escudos humanos em uma batalha que ainda levará meses pela frente. As pessoas que conseguiram fugir de Mosul — o Isis geralmente executa quem tenta escapar — compõem parte da crise de refugiados que afeta toda a região em disputa.
Embora importante, libertar a cidade está longe de decretar o fim do Estado Islâmico. O grupo sempre se apoiou nas divergências religiosas e sectárias e pelas condições sociopolíticas do Iraque. O Isis é o sintoma de um problema que tem raízes bem mais profundas no longo histórico de guerras do Oriente Médio. E essa batalha está longe de ser a última.