Restos do avião após o acidente que matou o então presidente polonês, Lech Kaczynski (Serge Serebro/Vitebsk Popular News/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 15h46.
Moscou - O Comitê de Aviação Interestatal (CAI) da Rússia anunciou nesta terça-feira que publicará na íntegra as conversas mantidas pelos controladores do aeroporto russo onde ocorreu a catástrofe na qual morreu o presidente polonês, Lech Kaczynski.
"Trata-se de gravações feitas por um circuito aberto, gravações de conversas telefônicas e gravações de negociações por rádio", assegurou em comunicado Alexei Morózov, chefe da comissão técnica da CAI, segundo as agências russas.
Morózov explicou que, ao tornar pública a transcrição de gravações a princípio secretas, o CAI procura "oferecer informação objetiva para o conhecimento da sociedade internacional".
O comunicado também informa que a decisão é uma resposta as polêmicas afirmações feitas nesta terça-feira em Varsóvia pelo ministro de Interior polonês, Jerzy Miller, que criticou o comportamento dos controladores russos.
Miller considera que, em vez de permitir que o aparelho no qual Kaczynski e outras 96 pessoas morreram abaixasse até uma altitude de 100 metros, os controladores deveriam ter advertido claramente o piloto que a aterrissagem era impossível.
O ministro, que lidera a comissão de investigação polonesa, expôs em entrevista coletiva vários extratos das conversas mantidas pelos pilotos do avião presidencial Tu-154 acidentado e os controladores russos do aeroporto da cidade russa de Smolensk.
Miller assegurou que durante as conversas os controladores nunca chegaram a mencionar as difíceis condições climatológicas em terra, a pouca visibilidade ou a possibilidade de aterrissar em um aeroporto alternativo.
O ministro de Transporte da Rússia, Igor Levitin, expressou sua surpresa pelos comentários provenientes da Polônia de que "os controladores deviam ter proibido a aterrissagem".
"Os controladores não tinham direito de proibir a aterrissagem. Foi demonstrado em muitas ocasiões que, segundo as atuais regras, o comandante de um voo internacional toma independentemente a decisão sobre decolagem e aterrissagem", indicou.