Vítima de ataques em Paris (Philippe Wojazer/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 12h32.
São Paulo – As mortes em decorrência de ataques terroristas em países desenvolvidos aumentaram em 650% em 2015 na comparação com 2014. É o que constata o Índice Global de Terrorismo 2016, que investigou 163 países.
Este índice é desenvolvido pelo Instituto de Economia e Paz, centro de pesquisa que monitora a violência e a paz no planeta e responsável pelo Índice da Paz. O relatório é produzido todos os anos desde 2000 e foi divulgado hoje.
21 dos 34 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sofreram com ao menos um ato de terror no ano passado, totalizando 577 mortes.
Esse número é alarmante. No entanto, as populações mais afetadas pela violência das atividades terroristas seguem no Oriente Médio, Ásia e África.
No total, o mundo registrou 29.376 fatalidades, fazendo de 2015 o segundo ano mais mortal observado desde que o índice começou a ser produzido, superado apenas por 2014. Naquele ano, foram registradas 32.765 mortes em 93 países.
O enfraquecimento da estrutura de alguns grupos terroristas, como o nigeriano Boko Haram, contribuíram para a queda no número de mortes, a primeira observada desde 2010.
Os 5 países mais afetados por atividades terroristas continuam os mesmos na comparação com 2014: Iraque, Afeganistão, Nigéria, Paquistão e Síria. Foi nestes locais que 72% do total das mortes aconteceu.
Em 2015, 274 grupos considerados terroristas estavam em atividade em diferentes partes do mundo. Deste total, 103 conduziram atos que não resultaram em mortes, mas quatro deles respondem por 74% de todas as fatalidades: EI, o Boko Haram, Talibã e a rede Al Qaeda.
De acordo com o estudo, o aumento das mortes nos países desenvolvidos é, em grande parte, resultado da capilaridade do grupo Estado Islâmico (EI). A organização atua majoritariamente na Síria e no Iraque. Nos últimos meses, contudo, expandiu suas atividades para outros países por meio de células terroristas ligadas ao comando no Oriente Médio.
Como resultado, países como França e Turquia sofreram ataques devastadores que entraram no rol dos piores já registrados em seus territórios e mais da metade das 577 mortes ocorridas aconteceram em razão desses atos.
Membros do EI ou grupos afiliados foram os responsáveis por ataques em 28 países. Em 2014, esse número foi de 13.
O terrorismo e a luta contra o grupo Talibã registraram recordes no Afeganistão. No país asiático, o número de mortes por ataques aumentou 29% na comparação com 2014, chegando a 4.500, enquanto as fatalidades em confrontos diretos aumentaram 34%, ultrapassando a marca de 15 mil.