Eu realmente acho que Otto é alguém que não morreu em vão, disse Trump (Kyodo/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2018 às 09h38.
Última atualização em 12 de junho de 2018 às 09h39.
Singapura - O estudante universitário norte-americano Otto Warmbier não morreu em vão depois de ser preso na Coreia do Norte, um vez que sua morte em 2017 ajudou a iniciar um processo que culminou na histórica cúpula desta terça-feira com a Coreia do Norte, disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, prometeram trabalhar pela completa desnuclearização da península coreana, no primeiro encontro entre os líderes dos dois antigos inimigos, e Washington se comprometeu a fornecer garantias de segurança.
Trump disse que levantou a questão dos direitos humanos no encontro com Kim, e que acredita que o líder norte-coreano quer "fazer a coisa certa". Ele disse que as negociações devem ajudar a melhorar as condições no país isolado.
"Sem Otto, isso não teria acontecido", disse Trump em entrevista coletiva após a cúpula em Singapura. "Algo aconteceu a partir daquele dia. Foi uma coisa terrível, foi brutal, mas muitas pessoas começaram a se concentrar no que estava acontecendo, incluindo a Coreia do Norte", acrescentou.
"Eu realmente acho que Otto é alguém que não morreu em vão."
Warmbier, um estudante da Universidade da Virgínia, de Wyoming, Ohio, morreu aos 22 anos, dias depois de ter retornado aos Estados Unidos em coma após ser solto pela Coreia do Norte.
Ele havia sido preso na Coreia do Norte em janeiro de 2016, depois de ter sido condenado a 15 anos de trabalhos forçados por tentar roubar um item com um slogan de propaganda de seu hotel, segundo a mídia estatal norte-coreana.
Um médico legista de Ohio disse que a causa da morte foi falta de oxigênio e sangue para o cérebro. A Coreia do Norte culpou botulismo e a ingestão de uma pílula para dormir, e descartou alegações de tortura.
Trump, que no passado condenou a Coreia do Norte como um dos regimes mais brutais do mundo, disse que discutiu direitos humanos com Kim.
"Eu acredito que é uma situação difícil lá, não há dúvida sobre isso, e nós discutimos isso hoje com bastante força... muito bem, e vamos fazer algo sobre isso", disse.