EUA: "Não consigo respirar, senhor", diz Manuel Ellis em gravações (Joe Ybarra / EyeEm/Getty Images)
AFP
Publicado em 11 de junho de 2020 às 07h35.
Última atualização em 11 de junho de 2020 às 12h56.
O governador do estado de Washington (oeste dos Estados Unidos) anunciou nesta quarta-feira (10) uma investigação relacionada à morte por asfixia de um homem negro sob custódia policial, semelhante à de George Floyd, que provocou protestos em massa em todo o país.
"Tem que haver uma nova investigação e ações de acusação independentes do condado de Pierce", que abrange Tacoma, onde o incidente ocorreu em 3 de março, afirmou o governador Jay Inslee em um comunicado.
A decisão foi tomada depois que um vídeo gravado por uma câmera de segurança residencial mostra Manuel Ellis, 33 anos, chorando enquanto é algemado pela polícia.
Um pedestre também gravou em vídeo parte da prisão.
"O que está claro nesse vídeo não é apenas o fato de Manny Ellis dizer 'não consigo respirar'", disse o advogado da família James Bible em entrevista coletiva na terça-feira.
"O que vimos é que ele disse: 'Não consigo respirar, senhor. Não consigo respirar, senhor. Não consigo respirar, senhor.' ... Um sinal claro de que não é apenas uma luta para respirar, mas uma tentativa de ser respeitoso nos. últimos momentos da vida. Um sinal de que ele não era a pessoa agressiva que a polícia disse que era".
O prefeito de Tacoma, 56 km ao sul de Seattle, pediu que os policiais envolvidos na prisão fossem demitidos e processados.
Ellis morreu de parada respiratória devido a hipóxia e restrição física, destacou o legista, acrescentando que a presença de metanfetaminas em seu organismo e doenças cardíacas também podem ter contribuído para a morte.
A decisão de Inslee de iniciar uma nova investigação sobre este caso coincide com os recentes protestos nacionais contra a brutalidade policial e o racismo desencadeados pela morte de Floyd, quando também estava sob custódia policial em Minnesota, em 25 de maio.
Os quatro policiais que participaram da retenção de Ellis - que foram colocados em licença administrativa - disseram que o detiveram depois que ele supostamente tentou "abrir as portas de veículos ocupados".
Eles indicaram que ele morreu após uma briga física que os forçou a imobilizá-lo.