Garotas japonesas usam máscara de proteção para se proteger de epidemia em 1920 (Bettmann / Colaborador/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 11 de março de 2020 às 15h48.
Última atualização em 18 de março de 2020 às 14h02.
São Paulo — O novo coronavírus (o Covid-19) que se espalha pelo mundo passou do status de "ameaça muito grave" para o de pandemia na tarde desta quarta-feira (11), de acordo com comunicado feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
A doença que começou a se manifestar na China em dezembro já chegou a 110 países, deixou mais de 4 mil mortos e cerca de 120 mil infectados no mundo — a maioria no país asiático, na Itália e no Irã.
Fazia mais de 10 anos que o mundo não passava por uma pandemia. Todas as últimas foram causadas por vírus da gripe, transmitido de animais para humanos depois de terem sofrido mutações. O fato de as informações genéticas do vírus mudar o tempo todo dificulta a criação de uma vacina.
Apesar do potencial de estrago do Codiv-19, o mundo já esteve bem mais despreparado para enfrentar uma pandemia.
Veja quais foram as últimas:
A pandemia mais recente que o mundo viu foi causada pela A (H1N1), conhecida como gripe suína, em 2009. Acredita-se que o vírus veio do porco e de aves. O primeiro caso foi registrado no México.
A OMS elevou o status da doença em junho de 2009, depois de contabilizar 36 mil casos em 75 países. No total, 187 países registraram casos e quase 300 mil pessoas morreram. O fim da pandemia foi decretado pela OMS em agosto de 2010.
A OMS estima que a gripe de Hong King (H3N2) — a terceira pandemia do século XX —, tenha matado 1 milhão de pessoas entre 1968 e 1969. É provável que o vírus que causou a doença tenha evoluído da gripe asiática. O surto começou a ser transmitida por aves.
A gripe asiática também teve início na China e matou até 2 milhões de pessoas no mundo, principalmente idosos. Chegou nos Estados Unidos pela Califórnia e, em seguida, se espalhou pela Europa.
Apesar do nome, a gripe espanhola teve seus primeiros casos identificados nos Estados Unidos, entre soldados do Exército, em 1918. Acredita-se que a "mãe de todas as pandemias", como ficou conhecida depois, tenha matado entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas pelo mundo até 1919. 40% da população mundial foi infectada.
A Primeira Guerra Mundial fez menos da metade de vítimas, cerca de 30 milhões de pessoas.
O número não é exato porque, à época, as informações eram limitadas, já não era do interesse das nações divulgarem que havia uma doença contagiosa atingindo seus soldados.
O vírus da gripe espanhola, o H1N1, era semelhante ao da gripe suína. O custo para conter os efeitos do vírus foi tão alto que médicos chegaram a classificar a pandemia como "maior holocausto médico da história".