O líder sindical Bob Crow: Crow era o inimigo número um da imprensa conservadora britânica (Leon Neal/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2014 às 10h29.
Londres - Bob Crow, uma das grandes personalidades do sindicalismo britânico, morreu nesta terça-feira, aos 52 anos, anunciou o RMT, poderoso grupo de funcionários do transporte que ele liderava.
Torcedor fanático do Milwall, clube ligado às classes trabalhadoras, liderava o RMT desde 2002, se declarava "socialista-comunista" e era um grande admirador de Fidel Castro.
"Meu cão se chama Castro. Meu gato se chama Candy. Não deixaram que eu colocasse o nome de um herói político", explicou ao jornal The Guardian em 2007.
"Com grande pesar, o RMT confirma que nosso secretário-geral Bob Crow morreu esta manhã", anunciou o Sindicato Nacional dos Funcionários dos Transportes (RMT) em um breve comunicado que não revela as causas da morte.
Segundo o jornal Evening Standard, Crow foi vítima de um infarto.
Crow era o inimigo número um da imprensa conservadora britânica e provocava a irritação de muitos londrinos com as greves do metrô, mas os trabalhadores ligados ao RMT conseguiram bons acordos sob sua liderança.
Rafael Cortés, líder do sindicato TSSA, afirmou que Crow "era admirado por seus afiliados e temido pelos empresários, que era exatamente o que desejava".
Os prefeitos de Londres com os quais travou batalhas a cada novo plano para os transportes públicos também o elogiaram, tanto o ex-prefeito Ken Livingstone como o atual, o conservador Boris Johnson.
O líder sindical nasceu na zona leste de Londres e aos 16 anos começou a trabalhar no metrô da capital da Inglaterra como aprendiz.
Aos 20 anos foi eleito representante sindical, em um período, a década de 80, de muitos confrontos entre sindicatos e o governo conservador de Margaret Thatcher.
Em 2002 assumiu a secretaria-geral da RMT, que tem 80.000 membros.