Refugiados: trabalham no local um helicóptero, um barco de Frontex e um da guarda litorânea grega (Giorgos Moutafis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 07h32.
Atenas - Pelo menos seis pessoas, entre elas uma criança, morreram nesta quarta-feira em mais um naufrágio de uma embarcação com refugiados no mar Egeu, perto do litoral da ilha grega de Kos, informou a guarda litorânea.
A operação de resgate, que ainda está em andamento, começou após o alerta de um dos sobreviventes, que chegou à praia nadando e avisou a guarda litorânea do acidente.
Segundo o testemunho dele, havia dez pessoas na embarcação.
As equipes de salvamento já resgatou os corpos de três homens, duas mulheres e uma criança. Trabalham no local um helicóptero, um barco de Frontex e um da guarda litorânea grega.
Por sua proximidade à costa da Turquia, a ilha de Kos é, junto com a de Lesbos, uma das principais portas de entrada para os refugiados que fogem em direção à Europa.
Segundo os últimos dados da Organização Internacional de Migrações (OIM), só neste ano já chegaram à Grécia pelo mar mais de 45 mil migrantes e refugiados, 31 vezes mais que em todo janeiro do ano passado.
O ministro de Migração, Yanis Muzalas, criticou que, apesar do acordo alcançado com a UE para reforçar as capacidades de alojamento para os refugiados em troca de três bilhões de euros, a Turquia não faz nada para impedir a travessia pelo mar até a Grécia.
Segundo Muzalas, a Turquia reteve somente 123 refugiados e deixou 60 mil atravessarem a fronteira.
A Grécia se defendeu também estes dias das críticas de alguns sócios europeus que acusam o país de não fazer o suficiente para impedir a chegada de migrantes e refugiados.
Atenas lembrou que a fronteira é marítima e seria ilegal e desumano não resgatar os náufragos, assim como seria ilegal executar o "push back", ou seja, forçar as embarcações a retroceder para a costa turca.
A isso se soma o fato de 90% das pessoas que entram na Grécia virem de Síria, Iraque e Afeganistão, os três países cujos cidadãos são automaticamente reconhecidos como refugiados.