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Morre premiê irlandês Garret FitzGerald

Político chegou ao posto de primeiro-ministro irlandês 1981 e ficou até 1987

FitzGerald aproximou a Irlanda do Reino Unido durante conflito com a Irlanda do Norte (Kevin Winter/Getty Images)

FitzGerald aproximou a Irlanda do Reino Unido durante conflito com a Irlanda do Norte (Kevin Winter/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 08h23.

Dublin - O ex-primeiro-ministro irlandês e antigo líder do conservador partido Fine Gael (FG), Garret FitzGerald, morreu nesta quinta-feira aos 85 anos, informou em comunicado sua família.

O carismático político irlandês, chave na aproximação entre este país e o Reino Unido durante o conflito na Irlanda do Norte, estava internado em um hospital de Dublin nas últimas semanas.

Na nota, a família lamentou a perda de um "pai, avô e bisavô muito querido e adorado, que será lembrado por sua extensa família".

O atual líder do FG e primeiro-ministro, Enda Kenny, descreveu nesta quinta o antigo "Taoiseach" (primeiro-ministro) como um homem "realmente extraordinário", e destacou sua "enorme contribuição" à vida política irlandesa.

"Seu gigantesco intelecto, seu entusiasmo vital, seu otimismo em política esteve sempre equilibrado por sua humildade, por sua habilidade de conduzir esta profissão com dignidade e integridade", disse Kenny.

A presidente irlandesa, Mary McAleese, o qualificou de "homem renascentista contemporâneo" e de "tesouro nacional", embora, acima de tudo, elogiou por sua dedicação à "vida pública".

"Era uma voz persuasiva em favor de reformas progressivas. Como ministro de Exteriores, situou à Irlanda no coração da Europa e elevou nossa reputação no mundo. Como "Taoiseach", liderou com coragem o debate para transformar a Irlanda em um lugar mais tolerante e integrador", afirmou a presidente.

Nascido em Dublin em 9 de fevereiro de 1926, FitzGerald entrou na vida política em 1964 como senador pelo FG e cinco anos mais tarde conseguiu uma cadeira no Parlamento nacional (Dáil).

Chegou ao auge de uma carreira meteórica em 1973, ao ser nomeado ministro de Relações Exteriores no Governo de coalizão do FG com os trabalhistas, pasta que ocupou até 1977.

Durante esse tempo participou das conversas de Sunningdale para tentar alcançar uma solução pacífica ao conflito na Irlanda do Norte, ao tempo que, entre janeiro e junho de 1975, presidiu o Conselho de Ministros da então chamada Comunidade Econômica Europeia (CEE).


Chegou ao posto de primeiro-ministro irlandês em 30 de junho de 1981, formando Executivo de coalizão com trabalhistas, embora tenha sido sucedido no cargo em março de 1982 por Charles Haughey, do Fianna Fáil.

Novamente, em 14 de dezembro de 1982 voltou à chefia do Governo, também com o apoio dos trabalhistas.

Durante seu mandato, em 15 de novembro de 1985 assinou com sua colega britânica Margaret Thatcher o "Acordo de Hillsborough", no qual, pela primeira vez desde a partilha da Irlanda, se concedia à República voz, embora não voto, em alguns assuntos do Governo de Belfast.

Vice-presidente do Movimento Europeu na segunda metade dos anos 90, em 15 de outubro de 1997 foi eleito reitor da Universidade Nacional da Irlanda, de Dublin, cargo que ocupou até 2009.

FitzGerald foi também vice-presidente do Partido Popular Europeu e do Parlamento Europeu, além de trabalhar como correspondente da "BBC" na Irlanda e para várias publicações inglesas e irlandesas.

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