O ex-presidente da Alemanha, Roman Herzog (Odd Andersen/Pool/File Photo/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 10h57.
Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 10h57.
Berlim - O ex-presidente da Alemanha Roman Herzog, que governou entre 1994 e 1999, morreu aos 82 anos por uma grave doença, informou nesta terça-feira o gabinete presidencial.
Em comunicado, a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou "profunda tristeza" pela morte. Segundo ela, a Alemanha perde não só um "ex-presidente muito querido, mas um patriota" que serviu ao país em diversos cargos.
"Falava com clareza, não era pretensioso, tinha bom humor, era irônico consigo mesmo e desempenhou sua função de presidente com seu estilo inimitável", ressaltou a chanceler, que lembrou que Herzog "manifestou várias vezes seu convencimento de que o país devia continuar se desenvolvendo e se renovando sempre".
Mais cedo, o atual presidente alemão, Joachim Gauck, escreveu uma mensagem de condolência à viúva Alexandra von Berlichingen e disse que Herzog tinha um caráter admirável.
"Foi uma personalidade notável que marcou e projetou a percepção que a Alemanha tem de si mesma e a convivência em nossa sociedade. Defendeu nosso país e nossa constituição liberal com objetividade, inteligência e grande experiência vital", afirmou Gauck.
Depois, em um comparecimento perante a imprensa, ele destacou "espírito liberal e crítico" de Herzog, sua condição de "pioneiro" e a confiança que despertava "por sua forma de pensar, clara e humana".
"Várias vezes nos abriu os olhos sobre as necessidades de mudanças para garantir o bem-estar social", disse o presidente.
Herzog, que foi o sétimo presidente da República Federal da Alemanha, entrou para a União Democrata-Cristã (CDU) em 1970. Na lembrança dos alemães permanece um discurso feito em 26 de abril de 1997, quando pediu a renovação interna da Alemanha e se queixou da "paralisia social", o "desalento generalizado" e os "impedimentos burocráticos inimigos de toda reforma" que há muito tempo afetavam à sociedade alemã.
"Quem adia ou bloqueia as grandes reformas tem que ser consciente que nosso povo terá que pagar um alto preço por isso", disse, em um discurso que durou 55 minutos.