Mundo

Morre Jean-Marie Le Pen, líder da extrema direita francesa

Le Pen estava internado em uma casa de repouso há várias semanas devido à sua saúde debilitada

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 09h25.

Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 09h47.

Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema-direita e figura polarizadora política da França, morreu nesta terça-feira aos 96 anos. A comunicação da morte foi feita pela família em um comunicado, enviado à agência de notícias francesa AFP. Le Pen estava internado em uma casa de repouso em Garches, nos arredores de país, há várias semanas, em razão de sua saúde debilitada. Ele faleceu cercado de familiares.

Le Pen foi um dos fundadores e presidente da Frente Nacional (FN), partido fundado em 1972 como braço político da Nova Ordem, cujos membros acreditavam que a democracia estava condenada ao fracasso. Incluía ex-militares colaboradores do regime de Vichy e ex-membros de uma organização terrorista que realizava ataques para impedir a independência da Argélia do domínio colonial francês.

A legenda moderou aspectos de seu discurso, mudando de nome para Reagrupamento Nacional (RN), atualmente dirigido por Marine Le Pen, filha do líder histórico, que atualmente tem uma fatia expressiva do Congresso francês e obteve uma importante vitória nas eleições para o Parlamento Europeu. Inicialmente, porém, a plataforma do partido defendia a restauração de valores familiares conservadores e o combate ao comunismo. Mais tarde, tornou-se ferrenhamente anti-imigração.

Por anos considerado um pária pelas correntes majoritárias na França, Le Pen surpreendeu o mundo quando chegou ao segundo turno da eleição presidencial em 2002, consolidando a posição do partido como uma alternativa vista como legítima pelos franceses. Quando ele passou a liderança do partido para sua filha, Marine, em 2011, era um dos maiores movimentos políticos da França com base no voto popular.

Ao longo de sua carreira política, Le Pen colecionou comentários racistas. Certa vez, ele afirmou que as raças "não têm as mesmas habilidades, nem o mesmo nível de evolução histórica". Também foi condenado repetidamente por fazer comentários antissemitas e minimizar publicamente o Holocausto, chamando o assassinato de judeus nas câmaras de gás de um "detalhe" da história. Ele foi expulso do partido por Marine após comentários negacionistas relacionados ao Holocausto.

Acompanhe tudo sobre:França

Mais de Mundo

Advogados negam fuga do presidente destituído da Coreia do Sul

Soberania do canal 'não é negociável', responde Panamá a Trump

Corpo do ex-presidente americano Jimmy Carter chega a Washington

Israel e Hamas negociam 1ª etapa de trégua de 6 a 8 semanas em Gaza, diz fonte palestina