Prisão: em 1975, Bob Dylan escreveu a canção "Hurricane" sobre a vida de Carter, que virou um símbolo da injustiça (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2014 às 08h21.
Rubin "Hurricane" Carter, ex-boxeador negro americano que passou quase 20 anos detido acusado de assassinato, mas que foi declarado inocente, morreu neste domingo em Toronto.
"Descansa em paz Rubin, teu combate terminou, mas nunca será esquecido", afirma um comunicado da Associação de Defesa das Vítimas de Erros Judiciais (AIDWYC), da qual "Hurricane" Carter foi diretor executivo de 1993 a 2005.
Apesar de negar a culpa, Rubin Carter foi condenado duas vezes, em 1967 e 1976, pelo assassinato de três brancos em um bar de Nova Jersey em 1966. Um júri formado apenas por brancos pronunciou a sentença, imposta também ao outro acusado, John Artis, negro como o pugilista.
Artis o acompanhou Carter nas últimas horas de vida. Ele informou à imprensa que o ex-pugilista, que tinha câncer de próstata, morreu aos 76 anos em sua casa de Toronto.
Carter deixou a prisão em 1985, depois de passar mais de 19 anos na cadeia, quando um juiz federal anulou a segunda condenação, que considerou resultado de racismo. A detenção acabou com a carreira do pugilista.
Depois de ler a autobiografia publicada enquanto Carter ainda estava preso, Bob Dylan escreveu em 975 a canção "Hurricane" sobre a vida de Carter, que virou um símbolo da injustiça.
A história também inspirou um filme do diretor Norman Jewison, "Hurricane: O Furacão" (1999), que rendeu a Denzel Washington um Globo de Ouro de melhor ator e uma indicação ao Oscar.