Evo Morales: o presidente e os Estados Unidos tiveram várias tensões diplomáticas (Stan Honda)
EFE
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 14h25.
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta sexta-feira que quer restabelecer os embaixadores entre o país e os Estados Unidos, mas que não vê sinais de que haverá uma reorientação das relações bilaterais para permitir essa iniciativa.
"Nossa intenção é colocar (embaixadores) com os Estados Unidos, mas também não vemos certos sinais dos americanos de como podemos repor e trabalhar conjuntamente", comentou em entrevista coletiva.
O governo boliviano expulsou em 2008 o embaixador americano Philip Goldberg, acusado de tentar desestabilizar o país e de conspirar, uma denúncia sempre rejeitada por Washington. Os EUA responderam com a expulsão do embaixador boliviano Gustavo Guzmán.
Desde que Morales chegou ao poder, em 2006, Morales e Estados Unidos tiveram várias tensões diplomáticas pelas acusações de intervencionismo feitas pela Bolívia e por causa da decisão do líder boliviano de expulsar a agência antidrogas DEA e a agência de cooperação americana USAID.
Além disso, Morales acusou nesta sexta-feira os Estados Unidos de dividirem a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ao apoiarem a Aliança do Pacífico, um processo de integração comercial que agrupa Chile, México, Colômbia e Peru.
O líder boliviano sustentou que os EUA promoveram a Aliança como consequência do fracasso do Acordo de Livre-Comércio das Américas (Alca) e pela criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) sem o país. Também disse que os presidentes dos países sul-americanos devem escolher "se estão com o povo ou com o império".
"Essa é a nossa diferença ideológica, embora respeitemos porque (os presidentes) são eleitos democraticamente", disse.
Morales destacou que a Bolívia está fortalecendo as relações com Brasil e Argentina, que passaram de ter governos aliados a outros ideologicamente diferentes.