O presidente da Bolívia, Evo Morales: Relações com EUA seriam retomadas se o país não interferisse em questões internas da Bolívia (Stan Honda/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2014 às 15h46.
La Paz - O governo da Bolívia estaria disposto a restabelecer suas relações com os Estados Unidos se o atual presidente, Evo Morales, vencer neste domingo as eleições presidenciais e se Washington se comprometer a 'respeitar' a soberania da Bolívia, sem 'se intrometer' em seus assuntos internos.
Essas foram as afirmações do vice-presidente do país sul-americano, Álvaro García Linera, em um encontro com jornalistas depois de votar no pleito ao qual concorre como companheiro de chapa de Morales para um terceiro mandato, até 2020.
Bolívia e Estados Unidos não têm relações diplomáticas em nível de embaixadores desde 2008, quando La Paz expulsou o embaixador americano, Philip Goldberg, por supostas interferências na política nacional.
O governo americano respondeu com a mesma moeda, expulsando o embaixador boliviano em Washington.
García Linera alegou neste domingo que a expulsão de Goldberg foi ocasionada porque o funcionário americano 'se intrometeu na vida política' do país andino.
'Quando qualquer governo, não importa qual seja, se intromete em assuntos internos, interrompemos isso e tomamos as medidas correspondentes', disse o vice-presidente boliviano.
'Quando tivermos a certeza que os Estados Unidos não se intrometerão em nossos assuntos internos, a mão estará estendida com respeito, com humildade, mas sempre com firmeza na defesa de nossa soberania', acrescentou.
Também garantiu que desde que assumiu o governo ao lado de Evo Morales, ambos 'tiveram e buscaram' boas relações com os Estados Unidos.
'Somos um país que tem muito respeito pelo governo americano. E mais, admiramos sua ciência, admiramos sua tecnologia, nos impressionam suas grandes conquistas tecnológicas, mas sempre pedimos que qualquer relação com os governos seja pautada no contexto do respeito e da soberania', declarou o vice-presidente.
O governo de Evo Morales também expulsou a agência antidrogas americana (DEA, sigla em inglês), em 2008, e a Usaid - agência de cooperação internacional dos EUA - em maio do ano passado. EFE