Evo Morales: "evidentemente deixou muito a desejar o Tribunal Supremo Eleitoral” (David Mercado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 16h37.
Brasília - Quatro dias após as eleições gerais da Bolívia, e ainda restando 9% dos votos a serem apurados, o presidente reeleito Evo Morales disse, hoje (16), que o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) “deixou muito a desejar” no trabalho desenvolvido no pleito deste ano.
Nos últimos dias, a oposição fez várias críticas ao órgão pela demora na apuração dos votos.
“Quando há problemas internos, às vezes é difícil de resolver. Eu não tenho muito a dizer, mas evidentemente deixou muito a desejar o Tribunal Supremo Eleitoral”, disse Morales em coletiva de imprensa, em Cochabamba, respondendo sobre a preocupação da população devido à demora na apuração oficial dos votos que, segundo o TSE, deveria ser conhecida em 24 horas.
O presidente reeleito para seu terceiro mandato consecutivo disse que a principal preocupação é com a parte técnica e pediu ao TSE para resolver internamente os problemas que geraram atraso na contagem dos votos e críticas por parte da oposição derrotada.
Apesar de reconhecer e criticar as falhas, Morales não descartou que as declarações da oposição sobre uma suposta fraude eleitoral tenham o objetivo de conseguir um assento a mais na Assembleia Legislativa ou, simplesmente, buscar um “protagonismo”, já que, apesar dos problemas técnicos do TSE, 200 observadores internacionais acompanharam o processo eleitoral e podem atestar a legalidade das eleições.
Evo Morales disse que a raiz do problema está na existência de “maus técnicos” dentro do TSE que cometeram erros por sua pouca experiência ou por querer “prejudicar” a instituição.
Os últimos dados divulgados nesta quinta-feira pelo órgão, em sua página na internet, dão conta de 90,94% das urnas contabilizadas, ou 24.920 das 27.403 urnas.
Já vitorioso, o partido Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales, aparece com 60,06% dos votos. O Unidade Democrática (UD), de Samuel Doria, tem 24,98% dos votos, seguido pelo Partido Democrata Cristão (PDC), do ex-presidente Jorge Quiroga, com 9,41%.
O Movimento Sem Medo (MSM), de Juan del Granado aparece com 2,8% e o Partido Verde da Bolívia, com 2,76% dos votos até o momento. De acordo com o TSE, os votos válidos representam 94,31% do total apurado, ou 4.588.468, enquanto os votos nulos são 182.935 (3,76%) e os em branco, 93.840 (1,93%).