Redator na Exame
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 10h27.
A agência de classificação de risco Moody’s anunciou a elevação da nota de crédito da Argentina, um avanço atribuído às ações econômicas promovidas pelo governo do presidente Javier Milei. A perspectiva do país também foi ajustada de “estável” para “positiva”, indicando maior confiança no futuro econômico da nação.
A nota de crédito, ou rating soberano, é uma avaliação feita por agências especializadas, como Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch, para medir a capacidade de um país de cumprir suas obrigações financeiras, ou seja, pagar suas dívidas.
Essa classificação funciona como um termômetro para investidores internacionais, refletindo o nível de risco associado ao país. Notas altas sugerem economias estáveis e confiáveis, enquanto notas baixas indicam maiores riscos de inadimplência. Apesar do recente ajuste, a Argentina permanece com uma classificação baixa, no terceiro menor grau, ao lado de países como Equador, Bolívia e Etiópia.
A decisão da Moody’s ocorre após o primeiro ano da gestão de Milei, marcada por medidas para conter a inflação, reforçar as reservas internacionais e corrigir desequilíbrios fiscais. Segundo a agência, “ajustes fiscais decisivos e a interrupção do financiamento monetário foram eficazes em resolver desequilíbrios.” Esses avanços foram reconhecidos por investidores e analistas, como os de Wall Street, que elogiaram as políticas adotadas.
Por outro lado, a Moody’s alertou que o caminho da recuperação não está livre de obstáculos. “Novos desafios surgirão e podem comprometer o progresso alcançado até agora,” afirmou Jaime Reusche, analista da agência, referindo-se aos riscos envolvidos no plano de reestruturação econômica do país.
Apesar da elevação da nota, o mercado financeiro reagiu com cautela. Os títulos em dólar da Argentina, com vencimento em 2035, foram negociados a 67 centavos por dólar, segundo a Bloomberg, mostrando que a desconfiança ainda persiste entre os investidores.