Mundo

Moody's aponta perspectiva positiva para América Latina em 2011

Pesquisa elogiou desempenho latino-americano durante e após a crise

Reunião da Unasul: segundo a Moody's, América Latina deve continuar crescendo (Antônio Cruz/ABr)

Reunião da Unasul: segundo a Moody's, América Latina deve continuar crescendo (Antônio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 14h21.

Nova York - As perspectivas dos países da América Latina e o Caribe quanto aos ratings soberanos são positivas e estão prontas para seguir avançando em 2011, afirmou nesta quinta-feira a agência de qualificação de riscos "Moody's" em um relatório apresentado a investidores.

"O panorama de crédito que se apresenta estável a positivo para a América Latina esteve fortemente apoiado pelo crescimento econômico da região", assinalou o especialista da agência, Patrick Esteruelas.

Esteruelas, um dos autores da pesquisa, acrescentou que a área latino-americana "se manteve resistente ainda quando as regiões mais desenvolvidas do mundo experimentaram uma contração econômica e um pequeno crescimento".

O especialista explicou que "também há melhoras de crédito devido às políticas menos expansionistas dos Governos e à estabilização de seus indicadores de dívida" e assinalou que o impulso em alta da região em 2011 tem sua base nas conquistas do ano anterior, quando 10 países da região aumentaram suas qualificações e outros três, Brasil, Colômbia e Bolívia, receberam perspectivas positivas.

O relatório de Moody's prevê que América Latina continue crescendo a um ritmo saudável durante 2011, após registrar um sólido desempenho em 2010 sustentado por um forte demanda local, condições externas favoráveis, preços fortes das matérias-primas e constantes e abundantes fluxos de capital.


Na área política, o analista considerou positivo que países da região, como o Chile e Peru, tenham estabelecido políticas macroeconômicas mais rigorosas no segundo semestre de 2010, após suas políticas fiscais e monetárias expansionistas em 2009 e a primeira parte do ano passado.

Além disso, prevê a continuação da moderação de políticas em 2011, já que ajudará a "evitar um superaquecimento e deter as pressões inflacionárias".

O especialista disse que a carga de dívida da região muito provavelmente será estabilizada após registrar melhoras significativas nos últimos anos.

Quanto aos riscos para a região, o relatório indica que perante o menor crescimento potencial da China se reduziria a demanda de produtos da América Latina, além de prever uma lenta recuperação dos Estados Unidos e uma maior aversão ao risco por parte do mercado em geral como resultado das crescentes preocupações na Eurozona.

"É provável que o Brasil continue mostrando um crescimento econômico acima da tendência já que o impulso positivo de anos recentes aumenta para 2011", disse Esteruelas.

De acordo com a Moody's, uma avaliação do rating Baa3 que o Brasil possui atualmente deve ocorrer no segundo trimestre deste ano.

Assinalou também que com a manutenção da demanda local e da recepção de fluxos de capital, o "desafio-chave" da política brasileira "será conduzir uma transição para um menor e mais sustentado crescimento, o que requereria de políticas monetárias e fiscais contra cíclicas".

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingAmérica LatinaMercado financeiroMoody'sRating

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru