Enquanto Defesa Civil comprova a situação das casas e o estado de colégios e hospitais, a terra não deixou de tremer na área e cerca de 20 tremores foram registrados (Roberto Serra / Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2012 às 09h31.
Roma - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, visitou nesta terça-feira os locais mais afetados pelo terremoto de 5,9 graus na escala Richter que castigou no domingo passado a região de Emilia-Romanha, no norte da Itália, na qual o Executivo tecnocrata decretou hoje estado de emergência.
Em comunicado, a Presidência do Governo informou que declarou estado de emergência nas províncias de Bolonha, Modena, Ferrara e Mantua durante 60 dias e que as necessidades de financiamento serão cobertas pelo Fundo Nacional de Defesa Civil.
Dito fundo, especifica o comunicado, foi dotado com 50 milhões de euros antes da declaração do estado de emergência.
Após antecipar sua volta da Cúpula da Otan de Chicago e assistir ontem ao funeral da vítima do atentado à bomba de sábado no sul da Itália, Monti realizou um percurso de pouco mais de duas horas de duração pelos locais afetados pelo terremoto nas localidades de Sant"Agostino e Finale Emilia.
Na primeira, o primeiro-ministro, que esteve acompanhado do governador de Emilia-Romanha, Basco Errani, e do chefe de Defesa Civil, Franco Gabrielli, foi recebido com algumas vaias por parte de um grupo de moradores.
"Notei - e me agradou muito - o ótimo sistema de colaboração entre as distintas estruturas e um grandíssimo desejo de retomar o mais rápido possível a vida normal por parte da população afetada. É outro exemplo de forte vitalidade que Emilia-Romanha oferece à Itália", disse Monti nas ruas de Sant"Agostino.
O líder italiano se reuniu com os familiares de algumas das sete vítimas mortais do terremoto que deixou ainda 58 feridos e pouco mais de 5,2 mil pessoas desabrigadas, muitas delas hospedadas nos acampamentos criados pela Defesa Civil em diversas áreas da região, com capacidade para sete mil pessoas.
Aos familiares das vítimas o primeiro-ministro prometeu ajuda e expressou sua solidariedade por uma tragédia que, disse, deixa também "graves" danos materiais e para a qual encontrarão as "coberturas" econômicas necessárias.
"Quis ver pessoalmente os danos, que são graves e afetam também, em particular, o tecido produtivo desta terra, tão empreendedora e que temos que ajudar a voltar a ser produtiva o mais rápido possível", afirmou Monti.
Uma das questões que mais preocupa o governo italiano são as "centenas de milhões de euro" que, segundo a patronal de Emilia-Romanha, a catástrofe possa representar para as empresas da região e os cinco mil postos de trabalho que podem desaparecer.
Os moradores expressaram nesta terça-feira a Monti também sua preocupação com o fato de que tenham que efetuar nos próximos dias o pagamento do imposto sobre bens imóveis por casas que não sabem se poderão recuperar.
Neste sentido, o chefe do governo explicou que abordou com o governador de Emilia-Romanha a possibilidade de "suspender os pagamentos fiscais" dos afetados pelo terremoto, assim como uma possível "intervenção" dos bancos para ajudar os empresários.
O subsecretário da Presidência do Governo, Antonio Catricalà, explicou a este respeito, que seu gabinete levantou a possibilidade de adiar o pagamento do imposto sobre bens imóveis, cuja primeira parcela chega agora em junho.
Após visitar o norte da Itália, Monti retornou a Roma para presidir o Conselho de Ministros, onde decretou estado de emergência para desdobrar um melhor dispositivo de atendimento aos desabrigados e para a reconstrução da região.
Enquanto Defesa Civil comprova a situação das casas e o estado de colégios e hospitais, a terra não deixou de tremer na área e cerca de 20 tremores foram registrados desde a meia-noite, o maior deles de 3,8 graus na escala Richter.
Em comunicado de imprensa divulgado hoje, o Ministério de Cultura informa que seu titular, Lorenzo Ornaghi, se reuniu em Cannes com seu colega francês, Aurélie Filippetti, que lhe expressou a intenção da França de contribuir à recuperação do patrimônio histórico de Emilia-Romanha danificado pelo terremoto.