"Nós não podemos permitir uma crise no seio da Europa, na Eurozona", destacou Monti (Filippo Monteforte/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 09h05.
Roma - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, manifestou nesta sexta-feira seu desejo de que a União Europeia (UE) fortaleça a disciplina orçamentária de seus membros, mas enfatizou a necessidade de que esta tenha um enfoque de longo prazo e que priorize o crescimento.
"Não se trata unicamente de satisfazer a sede de disciplina de curto prazo de alguns países", afirmou Monti durante uma conferência em Roma em homenagem a Tommaso Padoa-Schioppa, ex-ministro da Economia do governo de centro-esquerda de Romano Prodi (2006-2008), falecido em dezembro de 2010.
Monti afirmou que esse economista, muito respeitado na Europa, desenvolveu a ideia de fortalecer não só a política orçamentária europeia, mas sim ir mais além, envolvendo políticas comunitárias comuns para o crescimento.
"Nós não podemos permitir uma crise no seio da Europa, na Eurozona", destacou Monti.
Segundo o presidente do Conselho italiano, a criação da moeda única não deve desembocar "em conflitos, mas sim em uma integração reforçada" entre os membros da UE. De acordo com Monti, atualmente existe "um risco de conflitos entre um norte da Europa virtuoso e o sul, entre as classes sociais, etc."
"Nesse contexto, a Itália possui uma mensagem para a Europa, mostrando que com disciplina é possível trabalhar com o longo prazo, para além das complexas circunstâncias sociais atuais", disse.
O primeiro-ministro italiano recordou que Alemanha e França, os países que atualmente possuem as economias mais controladas, violaram o pacto de estabilidade e crescimento em 2003, apresentando déficits superiores aos autorizados.
O governo italiano adotou um plano contra a crise extremamente severo, que deve ter uma primeira autorização nesta sexta-feira ao meio-dia na Câmara dos Deputados, através de um voto de confiança.