Monti também assumirá a pasta de Economia no novo governo de união (Andreas Solaro/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2011 às 10h57.
Roma - O ex-comissário europeu Mario Monti aceitou nesta quarta-feira oficialmente o cargo de primeiro-ministro da Itália, oferecido a ele no domingo pelo presidente da República, Giorgio Napolitano, para recuperar a confiança da Europa e dos mercados diante da crise, indicou a presidência.
Monti, um economista prestigiado de 68 anos, também assumirá a pasta de Economia no novo governo de união, que recebeu a aprovação dos dois grandes partidos.
Agora, o Parlamento terá que ratificá-lo como chefe de governo após a renúncia de Silvio Berlusconi, causada pela pressão dos mercados e da União Europeia.
A equipe de Monti, formada por 16 pessoas, todos tecnocratas, também contará com Corrado Passera, administrador delegado do segundo maior banco da Itália, Intesa Sanpaolo, que terá a cargo o "superministério" de Desenvolvimento Econômico, Infraestruturas e Transporte.
"A fusão destes ministérios permitirá uma maior coordenação do crescimento econômico", explicou Monti à imprensa.
"Na lista não aparecem políticos", reconheceu o novo primeiro-ministro, ao apresentar sua equipe de governo.
"A não presença de políticos vai facilitar em vez de atrapalhar" a gestão, explicou Monti, que garantiu que "blindou" sua equipe, porque isso permitirá uma relação direta com os cidadãos e com o Parlamento.
"As forças políticas manifestaram claramente que não queriam participar", afirmou Monti, que admitiu que a Itália atravessa um momento difícil.
Depois de se reunir na segunda e terça-feira com as principais forças políticas, sindicatos, industriais, jovens e mulheres, Monti afirmou que constatou que todos "tinham plena consciência da atual situação de emergência" e expressou sua "fé na solidez das instituições e da sociedade civil" italianas.
O novo chefe de governo destacou que todos os setores da sociedade consultados aceitaram a ideia de realizar sacrifícios para tentar tirar a Itália da crise.
Tanto o Partido Democrata (PD), principal movimento de esquerda italiana, quando o Povo da Liberdade (PDL), fundado por Silvio Berlusconi, confirmaram que apoiarão o governo no Parlamento.
O novo governo de consenso tem como principal objetivo aliviar o assédio dos mercados e a especulação internacional.
A escolha de Monti, que foi por dez anos comissário europeu, um tecnocrata conhecido por seu rigor, deverá pôr fim à fase de instabilidade financeira, que na semana passada deixou a Itália à beira da quebra.