Mundo

Monsenhor do Vaticano é preso por lavagem de dinheiro

Nunzio Scarano transferiu milhões de euros em doações fictícias de empresas offshore por meio de contas no Instituto para Obras Religiosas, o Banco do Vaticano

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 16h32.

Cidade do Vaticano - Um monsenhor do Vaticano, já julgado por evasão de 20 milhões de euros da Suíça para a Itália, foi detido nesta terça-feira por usar suas contas no Banco do Vaticano para lavar dinheiro.

A polícia financeira da cidade de Salerno, no sul da Itália, informou que o monsenhor Nunzio Scarano, apelidado de "Monsenhor 500" por andar com uma grande quantidade de notas de 500 euros, transferiu milhões de euros em doações fictícias de empresas offshore por meio de suas contas no Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o Banco do Vaticano.

A polícia disse ter apreendido 6,5 milhões de euros em bens imóveis e contas bancárias nesta terça-feira, o que inclui um luxuoso apartamento em Salerno pertencente a Scarano, no interior do qual havia pinturas, cerâmicas e outras antiguidades.

Um padre local também foi colocado em prisão domiciliar e um notário foi suspenso por suposto envolvimento na conspiração para lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, no total, 52 pessoas estão sob investigação.

O advogado de Scarano, Silverio Sica, disse que seu cliente apenas recebeu doações de pessoas que ele pensava estarem agindo de boa fé para financiar um lar para doentes terminais. Ele admitiu, porém, que Scarno usou o dinheiro para pagar um financiamento imobiliário.

Scarano teria retirado 555.248 euros em dinheiro de sua conta no Vaticano em 2009 e levou o dinheiro para a Itália. Como não podia depositá-lo numa conta sem levantar suspeitas, ele selecionou 50 amigos para receber 10 mil euros cada em dinheiro em troca de um cheque ou transferência bancária no mesmo valor.

O dinheiro então foi usado para pagar o financiamento de um imóvel em Salerno, de propriedade de uma empresa da qual Scarano é sócio.

As investigações da Santa Sé sobre as atividades bancárias de Scarano mostraram que cerca de 7 milhões de euros entraram e saíram de suas contas no Vaticano na última década.

A documentação do Vaticano chegou às mesas dos promotores de Salerno nas últimas semanas, o que levou a uma nova detenção do monsenhor nesta terça-feira, informaram meios de comunicação italianos.

A primeira prisão de Scarano, em junho, levou à renúncia dos dois principais diretores do Banco do Vaticano e acelerou as medidas para colocar as instituição em conformidade com as normas internacionais contra a lavagem de dinheiro. Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:BancosCrimeFinançasIgreja CatólicaLavagem de dinheiroPaíses ricosVaticano

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde