Agência de Notícias
Publicado em 23 de outubro de 2024 às 07h34.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da China, Xi Jinping, terão amanhã sua primeira reunião bilateral em quatro anos, paralela à cúpula dos Brics em Kazan, na Rússia.
O encontro marca um avanço significativo nas relações entre as potências asiáticas após um confronto entre suas tropas em 2020 na fronteira comum.
Os dois países fazem parte do grupo Brics, o qual fundaram junto com Brasil e Rússia - a África do Sul se uniu posteriormente.
A reunião ocorrerá logo após Índia e China confirmarem o fim de uma redução da escalada militar nas regiões de fronteira das duas potências asiáticas.
“Posso confirmar que haverá uma reunião bilateral entre o primeiro-ministro Modi e o presidente Xi Jinping amanhã, à margem da cúpula do Brics”, afirmou hoje em entrevista coletiva Vikram Misri, secretário de Relações Exteriores da Índia.
A reunião entre Modi e Xi é a primeira bilateral e a segunda formal desde o impasse em Galwan - houve uma breve interação informal na cúpula do G20 em Bali, na Indonésia.
A tensão entre Índia e China, as duas maiores potências do Indo-Pacífico, cresceu desde 2020, quando uma operação militar chinesa provocou uma resposta indiana que acabou virando um confronto de fronteira em Ladakh - um território do Himalaia disputado pela China - no qual 20 soldados indianos foram mortos e outros 76 ficaram feridos.
Depois de quatro anos de intensas negociações para chegar a um acordo de flexibilização da militarização, o governo indiano anunciou ontem o fim do aumento da escalada de tensão na região de fronteira.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, isso permitiria que as forças indianas realizassem operações de patrulha na fronteira como fizeram em 2020, antes do confronto em Ladakh.
Pequim confirmou hoje o acordo fechado com Nova Délhi sobre a redução da escalada, embora tenha esclarecido que as questões formais ainda precisam ser definidas.
Os gigantes asiáticos têm uma disputa histórica por algumas regiões do Himalaia, como Aksai Chin, administrado pela China e reivindicado pela Índia, e várias localidades do estado indiano de Arunachal Pradesh, onde a situação é inversa.