Narendra Modi, primeiro ministro da Índia (Tiziana Fabi/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 11h15.
Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 12h00.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse nesta terça-feira, 22, ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que a Índia apoia uma solução para o conflito na Ucrânia exclusivamente por meios pacíficos.
"Como eu já disse no passado, acreditamos que o problema deve ser resolvido por meios pacíficos. Apoiamos totalmente a rápida restauração da paz e da estabilidade", declarou Modi no início de sua reunião com Putin na cidade russa de Kazan, que sedia a cúpula do Brics.
Modi enfatizou que a Índia sempre deu prioridade à vida humana e, portanto, para alcançar a paz, está pronta "para fornecer qualquer assistência no futuro".
Esta não é a primeira vez que Modi declara publicamente seu apoio a um acordo pacífico e defende o fim antecipado das hostilidades entre russos e ucranianos.
O primeiro-ministro indiano e autoridades de seu governo realizaram várias reuniões nos últimos meses com Putin e com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, uma posição equilibrada apreciada por Moscou e Kiev.
Outros nomes importantes da cúpula, como o chinês Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva — que sofreu um acidente doméstico e não comparecerá presencialmente ao fórum —, também apresentaram uma iniciativa de paz de seis pontos, que foi rejeitada pela Ucrânia por não fazer alusão à retirada das tropas russas.
Putin identificou Brasil, Índia e China como possíveis mediadores em futuras negociações de paz com a Ucrânia.
Modi também observou que muitos países querem se juntar ao Brics, que já inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Emirados Árabes e Etiópia.
Por sua vez, Putin agradeceu a Modi pela decisão de abrir um consulado geral indiano em Kazan e disse que durante a cúpula do Brics serão tomadas decisões que ajudarão a melhorar o funcionamento do grupo.
O governante russo descreveu as relações entre Moscou e Nova Délhi como uma "parceria estratégica privilegiada", que foi fortalecida especialmente desde a eclosão da guerra na Ucrânia, devido à necessidade da Rússia de encontrar novos clientes para seus recursos naturais e matérias-primas.