Israel: "Não há nenhum motivo para que os terroristas do Hamas sigam fazendo o que querem", disse o ex-ministro (Ammar Awad/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de novembro de 2018 às 11h48.
Última atualização em 14 de novembro de 2018 às 12h50.
Jerusalém - O ministro de Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, renunciou nesta quarta-feira ao cargo após desavenças com o Governo sobre a aceitação de uma trégua em Gaza, que considerou uma "subsmissão ao terror", e exigiu a convocação imediata de eleições antecipadas, declarou em entrevista coletiva.
"Não posso seguir no meu cargo de ministro de Defesa, não posso olhar nos olhos das famílias do sul que vivem em mãos do Hamas (...) Israel Beitenu se retira imediatamente da coalizão", disse o já ex-ministro, que explicou que sua renúncia está baseada em diferenças irreconciliáveis com Netanyahu.
Fontes do Likud, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, declararam ao "Times of Israel" que o líder por enquanto cuidará da pasta de Defesa e asseguraram que "não há necessidade de realizar eleições neste momento com problemas de segurança".
A continuidade do Governo é possível, já que mesmo com a saída de Lieberman da coalizão, ela tem a maioria de 61 deputados em uma Câmara de 120 cadeiras.
Lieberman argumentou sua decisão em dois desacordos fundamentais: o primeiro é a decisão na semana passada de Netanyahu de permitir a entrada em Gaza de US$ 15 milhões para pagar salários de funcionários do Hamas e, o segundo, a aceitação ontem da trégua oferecida pelas milícias após 48 horas de enfrentamentos.
"O que aconteceu ontem diante do Hamas é se render ao terror, não há outro nome para isso. O que estamos fazendo neste momento é tendo calma por curto tempo, mas com mais problemas no futuro", criticou.
Sobre a decisão de permitir a entrada de dinheiro em Gaza doado pelo Catar, afirmou que "é preciso entender onde vai parar; vai para as famílias dos terroristas, que todo o tempo estão tentando atacar Israel, nossos soldados e nossas famílias. Estamos dando aos terroristas dinheiro. Isto não pode continuar".
"Não há nenhum motivo para que os terroristas do Hamas sigam se sentindo tão cômodos e fazendo o que querem", denunciou Lieberman.
E pediu "o mais rápido possível", antes do próximo domingo, que seja estipulada "uma data para as eleições", e que o Governo ponha fim à "submissão ao terror e à falta de clareza em assuntos de segurança".