Manifestante antiaborto nos EUA: outros estados devem votar propostas semelhantes em breve (AFP/Getty Images/Arquivo/Alex Wong)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2011 às 12h22.
Miami - O Mississipi vota nesta terça-feira uma controvertida emenda à Constituição estatal para declarar como pessoa um óvulo fertilizado, uma proposta antiaborto que pode sair vencedora e pôr fogo nas discussões sobre o tema com a aproximação da campanha presidencial dos Estados Unidos.
A Emenda 26 - Emenda de Personificação do Mississipi - será votada por menos de um milhão de pessoas em um dos estados mais conservadores do país, que consultará: "Deveria o termo 'pessoa' ser definido para incluir todo ser humano desde o momento da fecundação, a clonagem, ou seu equivalente funcional?".
A proposta será votada no mesmo dia em que este estado de 2,9 milhões de habitantes elege seu governador entre o republicano Phil Bryant e o democrata Johnny DuPree - o primeiro candidato negro a um alto posto em Mississipi - ambos a favor da campanha "Sim à 26".
Segundo a última pesquisa da Public Policy Polling, publicada nesta segunda-feira pelo jornal on-line Político, 45% dos eleitores votarão a favor da emenda, 44% contra e 11% permanecem indecisos.
"Vamos ganhar e por uma diferença de votos maior que a indicada pela pesquisa", afirmou à AFP Patrick Vaughn, conselheiro geral da Associação de Família Americana (AFA, em inglês), organização que participou ativamente da campanha pela Emenda 26, impulsionada pelo grupo formado no Colorado (noroeste) Personhood USA.
"No Mississipi vamos vencer e no próximo ano também sairemos vitoriosos na Flórida, em Montana, Dakota do Sul e Ohio", afirmou à AFP Gualberto Garcia Jones, um espanhol de 33 anos - com mais de duas décadas nos Estados Unidos - que é membro do conselho diretor e advogado da Personhood USA e que supervisiona a eleição no Mississipi.
Para os adversários a esta iniciativa que concede direitos ao embrião, a Emenda 26 terá uma série de implicações legais que criminalizará o aborto e a mulher que exercer seu direito a praticá-lo, como estabelece a lei nos Estados Unidos, e impossibilitará o uso de alguns métodos contraceptivos, como a pílula do dia seguinte ou o DIU.