Mulheres: a iniciativa já recebeu o respaldo de países como Canadá, Quênia, Etiópia, Moçambique e Vietnã (Mario Tama/Getty Images)
EFE
Publicado em 2 de março de 2017 às 09h31.
Bruxelas - Os ministros de Cooperação para o Desenvolvimento da Holanda, Bélgica, Dinamarca e Suécia se uniram nesta quinta-feira em apoio à criação de um fundo internacional de aborto seguro e em defesa dos direitos das mulheres, uma iniciativa à qual destinarão 51 milhões de euros.
Os titulares de Cooperação revelaram os planos durante a entrevista coletiva prévia à conferência internacional "She decides" (Ela decide), que foi realizada hoje em Bruxelas, e que também dá nome ao fundo internacional.
O evento representa uma resposta à decisão do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de eliminar os recursos que Washington concedia a organizações de planejamento familiar em países em desenvolvimento.
"She decides", que procura resistir a um corte de US$ 600 milhões, começa sua caminhada com um apoio de 51 milhões de euros procedentes dos governos da Suécia (21 milhões) e Holanda, Bélgica e Dinamarca (10 milhões cada um).
Além disso, a iniciativa já recebeu o respaldo de países como Canadá, Quênia, Etiópia, Moçambique e Vietnã.
A ministra holandesa de Cooperação e impulsora desta iniciativa, Lilianne Ploumen, afirmou que seu objetivo era completar o "buraco" causado pelos Estados Unidos no financiamento de programas de educação sexual, aborto seguro e planejamento familiar.
"Muitos colegas responderam imediatamente, primeiro os que estão aqui (os governos da Bélgica, Dinamarca e Suécia) e depois, países como Finlândia e Luxemburgo", agradeceu a ministra holandesa, que acrescentou que a iniciativa também tinha permitido que muitos cidadãos expressassem seu apoio.
O ministro belga de Cooperação, Alexander De Croo, insistiu que "She Decides" não pretende ir "contra de algo ou alguém", mas "a favor de que as mulheres e meninas possam decidir sobre sua vida".
Uma das metas dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas para 2030 é a erradicação da pobreza extrema, uma tarefa para a qual, segundo De Croo, o acesso de mulheres e meninas a serviços de saúde reprodutiva resulta "crucial".
Nesse sentido, a titular sueca de Desenvolvimento, Ulla +ørnæs, afirmou que garantia de as mulheres contarem com informação e acesso a estes serviços é "um veículo para o desenvolvimento".
A ministra dinamarquesa de Cooperação, Isabella Lövin, lembrou que "falar dos direitos da mulher é falar de direitos humanos".