Desde o fim da revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, foram detidos e condenados a prisão dezenas de ex-altos cargos do antigo governo (Jim Watson/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 19h31.
Cairo - Um tribunal egípcio condenou nesta quinta-feira o ex-primeiro-ministro Atef Ebied e o ex-ministro de Agricultura Yousef Wali a dez anos de prisão por um caso de corrupção no qual também está envolvido o empresário Hussein Salem, detido na Espanha, a quem a corte sentenciou a 15 anos de prisão.
Os condenados foram considerados culpados por um caso de venda ilegal de uma reserva natural que gerou ao Estado egípcio perdas superiores a 700 milhões de libras (mais de US$ 115 milhões), segundo a agência oficial de notícias 'Mena'.
O Tribunal Penal de Giza impôs a todos os acusados, além das penas de prisão, o pagamento de 796 milhões de libras (cerca de US$ 132 milhões) para compensar o desfalque realizado nos fundos públicos, assim como uma multa da mesma quantia.
Wali é acusado de vender a Salem entre 2000 e 2006 de forma ilegal e a um preço inferior ao de mercado 40 hectares da ilha de Al Temsah (O Crocodilo, em árabe).
As investigações revelaram que esta ilha, situada na província de Luxor, é uma reserva natural, com base em uma resolução ministerial do ano 1998, e portanto sua venda estava proibida.
Salem, um empresário egípcio-espanhol, foi detido na Espanha em junho e está sendo processado no Egito por um suposto delito de corrupção, junto com Mubarak e os filhos do ex-presidente Alaa e Gamal.
O empresário foi condenado à revelia, da mesma forma que seu filho Khaled, também detido na Espanha, a quem o tribunal impôs uma pena de 15 anos de prisão.
As autoridades egípcias acusam Magda e Khaled Salem de lavagem de grandes quantidades de dinheiro enviadas do Egito por seu pai.
A Audiência Nacional espanhola ditou para eles prisão provisória com fiança de 5 milhões de euros, enquanto o Egito pede sua extradição.
Quanto a Ebied, chefe de governo entre 1999 e 2004, a corte considerou que tem responsabilidade sobre este caso pelo posto que ocupava nessa época.
Desde o fim da revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, foram detidos e condenados a prisão dezenas de ex-altos cargos do antigo governo.