Yuval Steinitz: "Posso explicar que temos laços, que estão em parte encobertos, com muitos países árabes e muçulmanos" (Scott Eells/Bloomberg)
EFE
Publicado em 20 de novembro de 2017 às 11h22.
Jerusalém - O ministro de Energia de Israel, Yuval Steinitz, reconheceu em entrevista à rádio do exército que seu país teve contatos com a Arábia Saudita, a primeira ocasião em que um ministro israelense admite abertamente essas relações.
"Posso explicar que temos laços, que estão em parte encobertos, com muitos países árabes e muçulmanos. E normalmente é o outro lado que está interessado em manter silêncio. Conosco não costuma haver problema", respondeu Steinitz, ao ser perguntado por que Israel esconde seus vínculos com a Arábia Saudita.
"Respeitamos os desejos da outra parte quando os vínculos estão se desenvolvendo, seja com a Arábia Saudita ou com outros países muçulmanos, e há muito mais, mas o mantemos em segredo", declarou o ministro.
Esta é a primeira vez que um membro do Executivo israelense no exercício do cargo reconhece os laços com a Arábia Saudita, país com o qual Israel não tem relações diplomáticas, bastião do Islã sunita radical e com quem compartilha um inimigo em comum: o regime iraniano.
Durante a entrevista, o ministro voltou a apontar o Irã como "a maior ameaça da região".
Israel tem entre um dos seus principais objetivos estratégicos conter a crescente influência do Irã na região, especificamente através do seu aliado no Líbano, a milícia xiita Hezbollah.
As palavras de Steinitz surgem depois de o chefe do Estado Maior israelense, Gadi Eisenkot, dar na semana passada a primeira entrevista de um chefe do Exército de Israel a um veículo de imprensa saudita, o portal "Elaph", na qual se ofereceu a compartilhar inteligência com a Arábia Saudita para conter a influência do Irã.