"O déficit será maior do que o combinado, mas é por culpa da recessão" justificou o ministro (Paul MIller/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2011 às 15h57.
Berlim - O déficit orçamentário da Grécia em 2011 será maior do que o combinado com credores internacionais dentro do pacote de ajuda ao país, afirmou o ministro da Economia da Grécia, Michalis Chrysochoidis, de acordo com texto publicado nesta quinta-feira por um jornal alemão.
Chrysochoidis disse ao Stuttgarter Zeitung que, apesar do déficit, a Grécia ainda espera receber a próxima parcela do financiamento emergencial ao país, já que a diferença no resultado fiscal não seria tão grande.
"O déficit será maior do que o combinado, mas é por culpa da recessão", disse, confirmando o que fontes afirmaram à Reuters na semana passada. "Como muitos desempregados não estão mais contribuindo para a Previdência, o orçamento precisa cobrir esse rombo."
"As novas medidas devem reduzir um pouco o déficit, mas parece impossível atingir a meta original de 7,6 por cento (do PIB)", disse Chrysochoidis, acrescentando que não deveria haver dúvidas de que Atenas vai realizar as reformas combinadas.
"O problema não é um ponto percentual a mais ou a menos. A 'troika' (grupo de credores internacionais) quer ver se estamos progredindo com as reformas."
A Grécia está descumprindo as metas fiscais e os prazos de reformas que foram combinados no primeiro programa de ajuda ao país, anunciado em maio de 2010 e com 110 bilhões de euros em auxílio, mesmo após cortes de gastos e aumento de impostos.
Diante da ameaça de outros países da União Europeia de um bloqueio da parcela de 8 bilhões de euros em crédito a ser transferido no próximo mês, o governo grego prometeu na terça-feira acelerar privatizações e cortes de despesas.
Dados econômicos divulgados nesta quinta-feira mostram que a política de austeridade está tensionando a economia grega até o limite, tornando cada vez mais difícil o cumprimento da meta de déficit de 7,6 por cento do PIB em 2011, após déficit de 10,5 por cento no ano passado.