Pedro Novais defendeu que a governanta Doralice de Souza trabalhou até dezembro de 2010 como secretária de seu gabinete (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 14h02.
São Paulo - O ministro do Turismo, Pedro Novais, utilizou dinheiro público para pagar o salário de sua governanta em Brasília por sete anos, afirma reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira. Segundo o texto, a empregada Doralice de Souza havia sido nomeada como secretária parlamentar, mas trabalhou em seu apartamento entre 2003 e 2010 e teria recebido uma quantia mensal entre R$ 1.142 e R$ 2.284. Na época, Novais era deputado pelo estado do Maranhão.
De acordo com a Folha, a governanta de Novais não dava expediente nem no gabinete do político e nem no escritório do ministro de Dilma, condições necessárias para receber verba pública como assessora. Pessoas que frequentam o apartamento de Pedro Novais afirmaram ao jornal que Doralice trabalhava apenas no apartamento do ministro, cozinhando, organizando a casa e chefiando a faxina de diaristas.
Em janeiro deste ano, quando Novais assumiu o ministério, Doralice foi exonerada do cargo. No entanto, segundo a Folha, a empregada foi contratada pela empresa Visão, Administração e Serviços, que recebe por ano R$ 1,5 milhão do Turismo para fornecer mão de obra.
O ministro Pedro Novais informou por sua assessoria de imprensa ao jornal que a governanta trabalhou até dezembro de 2010 como secretária parlamentar. Doralice nâo respondeu ao jornal e pediu que a reportagem procurasse o ministro do Turismo para maiores esclarecimentos.
Motel e operação da Polícia Federal
Novais esteve envolvido em escândalos desde de sua nomeação como ministro do governo Dilma. O ministro usou R$ 2.156 de sua cota como deputado para pagar um motel em junho de 2010. A polêmica estourou em dezembro, com uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo.
Em agosto deste ano, a Operação Voucher, da Polícia Federal, prendeu oito pessoas do ministério do Turismo por acusações de desvios. Entre eles, foi detido o número dois da gestão de Pedro Novais, Frederico Costa.