O ministro iraniano das Relações Exteriores Javad Zarif: países vizinhos a Síria "deveriam trabalhar para lutar contra o radicalismo, o terrorismo e o sectarismo", afirma Zarif (AFP/ KENA BETANCUR)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2015 às 14h00.
Damasco - O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammed Javad Zarif, afirmou nesta quarta-feira em Damasco que chegou o momento de outros países envolvidos no conflito sírio lutarem contra o radicalismo, o terrorismo e o sectarismo.
Em entrevista à imprensa depois de se reunir com o presidente sírio, Bashar Al-Assad, o chefe da diplomacia iraniana explicou que as conversas foram "boas" e se centraram em resolver o conflito na Síria, que dura mais de quatro anos.
"Já é hora de outros atores (no conflito) e nossos vizinhos se ocuparem dos fatos e responderem às demandas do povo sírio. Deveriam trabalhar para lutar contra o radicalismo, o terrorismo e o sectarismo", indicou Zarif.
O titular iraniano das Relações Exteriores viajou à capital síria procedente do Líbano, onde declarou que a estabilidade no Oriente Médio será alcançada mediante o diálogo, como o desdobrado para conseguir o acordo nuclear entre Irã e o Grupo 5+1, que qualificou de "vitória" para toda a região.
Esta é a primeira visita de Zarif à Síria após o pacto alcançando em julho entre Teerã e as potências internacionais sobre o programa nuclear iraniano.
O Irã é um dos principais aliados do regime de Assad, junto à Rússia.
Horas antes da chegada de Zarif, Damasco recebeu várias séries de foguetes disparados pelos rebeldes contra áreas do centro da cidade, que, segundo a última apuração oferecido pela televisão síria, deixaram 12 mortos e 70 feridos.
Além disso, pelo menos 37 pessoas perderam a vida e 120 ficaram feridas por ataques aéreos do Exército contra as povoações de Duma, Saqba, Hamuriya e Kafr Batna, na região de Ghouta Oriental, principal reduto da oposição nos arredores de Damasco, de acordo à apuração do Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Mais de 240 mil pessoas faleceram na Síria desde o início do conflito em março de 2011, segundo números do Observatório.