Bandeira de Cuba: ministro estava no cargo desde 1989 e o deixa por motivos de saúde (Andrew Harnik/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 22h45.
Havana - O Conselho de Estado de Cuba aprovou a renúncia apresentada pelo ministro do Interior da ilha, Abelardo Colomé, que estava no cargo desde 1989 e o deixa por motivos de saúde, informou o governo do país através de uma nota oficial divulgada nesta segunda-feira pela emissora de televisão estatal.
Colomé, de 76 anos, general do exército e Herói da República de Cuba, será substituído pelo general-de-divisão Carlos Fernández Gondín, integrante do Comitê Central do Partido Comunista (PCC), deputado na Assembleia Nacional e vice-ministro primeiro do Ministério do Interior.
Além disso, o Conselho de Estado decidiu condecorar Abelardo Colomé com a Ordem pelo Serviço à Pátria de primeiro grau "em consideração a sua extensa trajetória revolucionária", segundo a nota oficial.
Em carta enviada a Raúl Castro na qual apresenta sua renúncia e que foi divulgada hoje, Abelardo Colomé lembra que dedicou 60 de seus 76 anos à Revolução Cubana da qual, diz, seguirá sendo "um soldado a seu serviço e militante do Partido Comunista" enquanto estiver vivo.
Nascido em Santiago de Cuba no dia 13 de setembro de 1939, Abelardo Colomé é uma das figuras históricas da Revolução Cubana e um dos colaboradores mais próximos de Raúl Castro.
Em 1957, Colomé se incorporou aos rebeldes em Sierra Maestra que, liderados por Fidel Castro, lutaram contra o ditador Fulgencio Batista e fez parte da 2ª Frente Oriental, liderada por Raúl Castro, de quem o agora ex-ministro chegou a ser chefe de segurança naquela época.
Membro do Birô Político do PCC desde 1986, Colomé foi responsável por assumir e reformar o Ministério do Interior em 1989, após um escândalo de corrupção envolvendo o antigo titular do cargo, o general José Abrahantes.
Além da renúncia e da designação do novo ministro, o Conselho de Estado da ilha nomeou como vice-ministro primeiro do Ministério do Interior o vice-almirante Julio César Gandarilla Rojo, atual chefe de contrainteligência militar, também membro do Comitê Central do PCC e deputado na Assembleia Nacional.