Grade de uma prisão: as imagens das torturas foram gravadas em segredo na prisão de Gldani durante dois anos por um funcionário do presídio (Andrew Bardwell/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2012 às 17h34.
Tbilisi - O ministro do Interior da Geórgia, Bachana "Bacho" Akhalaia, renunciou a seu cargo nesta quinta-feira após o escândalo suscitado pela divulgação de um vídeo com imagens de torturas em detentos.
"Já faz um ano que não sou mais responsável pelo sistema penitenciário, mas vários chefes que não deveriam ter permitido esses atos terríveis começaram a trabalhar no sistema sob o meu comando", disse Akhalaia em sua declaração sobre a sua decisão de deixar o cargo.
Akhalaia, cuja renúncia foi pedida pela oposição e por milhares de pessoas que protestam desde ontem em Tbilisi, acrescentou: "Por esta razão, tenho responsabilidade moral e política, motivo pelo qual me dirigi ao presidente com o pedido de renúncia".
"Como cidadão do meu país, estou escandalizado pelos crimes mostrados na prisão de Gldani", destacou na nota publicada pelo site do Ministério do Interior.
O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, nomeou hoje o defensor público, Giorgi Tughushi, como novo ministro das Prisões após o escândalo das torturas, que suscitou uma onda de protestos nas vésperas das eleições legislativas de 1º de outubro.
Tughushi substitui Khatuna Kalmakhelidze no cargo, que renunciou na quarta-feira após a divulgação do vídeo.
O novo ministro explicou que aceitou o cargo para promover "mudanças radicais" no sistema penitenciário nacional.
O vídeo, que inclui surras e, inclusive, o empalamento de um preso, foi divulgado por dois canais de televisão, o que levou milhares de pessoas as ruas de Tbilisi e outras cidades do país para expressar sua revolta e exigir as responsabilidades do governo.
As imagens das torturas foram gravadas em segredo na prisão de Gldani durante dois anos por um funcionário do presídio, Vladimir Bedukidze, que atualmente vive na Bélgica.