Bandeira da França: Cahuzac, médico de formação, reconhece que ganhou muito dinheiro graças a sua participação em uma consultoria de saúde. (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 14h36.
Paris - A Procuradoria de Paris anunciou nesta terça-feira a abertura de uma investigação preliminar sobre o ministro de Orçamento da França, Jérôme Cahuzac, por lavagem e fraude tributária após informações de que ele teve uma conta bancária não declarada na Suíça.
A investigação foi aberta depois que o site "Mediapart" publicou que Cahuzac possuía uma conta no banco suíço "UBS", o que foi negado pelo ministro, que por sua vez entrou com uma ação por difamação contra o portal, informou a Procuradoria em comunicado.
O Ministério Público disse que as denúncias feitas pelo "Mediapart" podem ser consideradas "penais", por isso determinou "verificações" e "todas as audiências necessárias para conseguir estabelecer a verdade".
"A Procuradoria ordenou, portanto, a abertura de uma investigação preliminar sobre as acusações de lavagem e de fraude tributária e encarregou a mesma à divisão nacional de investigações financeiras e tributárias", acrescentou.
O "Mediapart", site criado pelo ex-diretor de "Le Monde" Edwy Plenel, publicou em 4 de dezembro que Cahuzac teve uma conta não declarada na Suíça, antes de transferí-la em 2010 a Cingapura.
A direção do site diz que possui uma gravação que data de 2000 na qual Cahuzac reconhece possuir a conta na Suíça.
"O que me incomoda é que ainda tenho uma conta aberta no UBS", disse então Cahuzac, segundo o "Mediapart", em uma gravação revelada por um ex-adversário político à prefeitura de Villeneuve-sur-Lot, no sul do país.
O ministro negou que a voz dessa gravação fosse a sua e afirmou que tentou conseguir os relatórios necessários para mostrar que nunca teve contas na Suíça, o que, disse, "não é fácil" nesse país.
Cahuzac, médico de formação, reconhece que ganhou muito dinheiro graças a sua participação em uma consultoria de saúde.
Até sua nomeação como ministro, Cahuzac presidia a comissão de finanças da câmara baixa francesa, à frente da qual trabalhou para acabar com a evasão fiscal, e foi deputado pelo Partido Socialista.