São Paulo - O ministro das Cidades, Mario Negromonte, negou as denúncias de irregularidades sobre a liberação de recursos para construtoras que fizeram doações eleitorais a seu partido, o PP, em depoimento nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados.

De acordo com a revista IstoÉ, o Ministério das Cidades teria determinado a liberação de recursos para obras consideradas suspeitas pelo Tribunal de Contas da União e que seriam tocadas por empresas que fizeram doações ao Partido Progressista, ao qual Negromonte é filiado.

A denúncia diz que o ministério liberou recursos para pagamentos em favor de três empreiteiras que doaram juntas mais de 15 milhões de reais ao PP nas eleições de 2010.

"Ao contrário do que tentou estabelecer a revista, não há vínculo entre as doações das empreiteiras a partidos políticos e a realização de obras legais, realizadas com licitação", afirmou o ministro, de acordo com informações da Agência Câmara.

"As empresas que realizam as obras de saneamento, habitação e mobilidade urbana, ligadas às secretarias nacionais do ministério, não são contratadas diretamente pelo ministério", acrescentou. "Quem contrata obras são os entes federados."

Negromonte também negou que houvesse irregularidades nas obras e afirmou que as doações recebidas por seu partido foram legais.

O ministro argumentou ainda que as denúncias se referem ao ano de 2010, quando ele ainda não havia assumido a pasta, e que o tesoureiro do PP à época, Leodegar Tiscoski, deixou de exercer essa função no partido ao assumir o cargo de secretário nacional de Saneamento Ambiental este ano.

Durante a audiência na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, Negromonte recebeu manifestações de apoio de lideranças da base aliada na Casa, entre elas a do líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Segundo ele, o governo da presidente Dilma Rousseff tem "confiança absoluta" em Negromonte. "Não tenho dúvida em relação ao comportamento do ministro", afirmou.

Além do Ministério das Cidades, as pastas dos Transportes, do Turismo e da Agricultura também são alvos de denúncias de irregularidades.