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Ministro Carlos Lupi acumulou cargos públicos ilegalmente, diz jornal

Ministro do Trabalho era assessor do vereador Sami Jorge, do PDT, no mesmo ano em que era funcionário fantasma na Câmara

Carlos Lupi também é alvo de denúncias de corrupção envolvendo sindicatos e ONGs (Ueslei Marcelino/Reuters)

Carlos Lupi também é alvo de denúncias de corrupção envolvendo sindicatos e ONGs (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 06h35.

São Paulo - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ocupou simultaneamente cargos públicos remunerados na Câmara dos Deputados e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro entre 2000 e 2005, revela reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira.

Segundo a nova denúncia, Lupi foi nomeado assessor no gabinete do vereador carioca Sami Jorge (PDT, mesmo partido do ministro) em outubro de 2000. Menos de dois meses depois, ele recebeu outra nomeação, desta vez como assessor da liderança do PDT na Câmara dos Deputados, em Brasília. À Folha, Sami Jorge disse que Lupi "dava expediente todos os dias". Já o ministro afirmou que não se recorda de suas funções na época, também segundo a Folha.

Lupi deixou o cargo no gabinete de Jorge em 2005 e só saiu da Câmara dos Deputados em 2006. Segundo o jornal, o ministro pode sofrer ações judiciais por improbidade administrativa e peculato e ter de devolver o dinheiro recebido.

Por meio de sua assessoria de imprensa Lupi afirma que devolverá os valores recebidos que "não estejam dentro da legislação". Ontem, a Comissão de Ética da Presidência da República recomendou sua exoneração do cargo de ministro do Trabalho.

Histórico de denúncias

Os escândalos de denúncias envolvendo Carlos Lupi e o MInistério do Trabalho começaram no primeira semana de novembro, quando uma reportagem da revista Veja mostrou relatos de funcionários da pasta extorquindo dinheiro de ONGs. Na mesma época, o ministro disse que só sairia do cargo se fosse "abatido a bala". Outra reportagem de Veja mostrou Lupi, em um vídeo, usando um avião de um dos dirigentes das organizações não governamentais, Adair Meira.

Já a revista IstoÉ mostrou relatos de que o ministério de Lupi estaria cobrando propina de sindicatos. No dia 15 de novembro, uma reportagem da Folha de S. Paulo mostrou registros de sete sindicatos fantasmas que foram concedidos pelo Ministério do Trabalho.

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