Peru: a vacinação no país começou apenas nesta terça-feira e está direcionada por enquanto aos profissionais da saúde (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 13 de fevereiro de 2021 às 11h26.
A ministra da Saúde do Peru, Pilar Mazzetti, renunciou na sexta-feira (12) em meio a uma tempestade política após a denúncia de que o ex-presidente Martín Vizcarra foi vacinado contra a covid-19 meses antes de começar a imunização no país, informou a televisão pública.
"A doutora Pilar Mazzetti renunciou ao cargo de ministra da Saúde após apresentar uma carta ao presidente Francisco Sagasti", disse em seu site a TV Peru, a rede estatal de televisão, mas o governo manteve silêncio até o momento.
O sucessor de Mazzetti, que tomaria posse neste sábado segundo a mídia local, será o quinto ministro da Saúde desde que a pandemia surgiu no Peru há 11 meses. Deve assumir o cargo enquanto o país enfrenta os embates da segunda onda da pandemia, com um recorde de 14.333 pacientes com covid-19 em seus hospitais, segundo o balanço oficial.
A tempestade política que levou à renúncia de Mazzetti foi desencadeada na quinta-feira, quando um jornal de Lima publicou que Vizcarra foi vacinado contra a covid-19 em outubro, semanas antes de ser destituído pelo Congresso em um julgamento político relâmpago.
A vacinação no país começou apenas nesta terça-feira e está direcionada por enquanto aos profissionais da saúde.
O popular ex-presidente (2018-2020), que busca uma cadeira no Congresso nas eleições de 11 de abril, se defendeu alegando que foi voluntário no ensaio clínico da vacina chinesa da Sinopharm no país, como milhares de outros peruanos.
Mazzetti declarou ao Congresso na quinta-feira que não tinha "nenhum conhecimento" do caso do ex-presidente. "Não me foi informado que o senhor Martín Vizcarra recebeu a vacina, ele, sua esposa e outro familiar", afirmou.