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Mineradores grevistas recusam proposta na África do Sul

O conflito, que afeta o setor há semanas, deixou mais dois mortos nesta quinta-feira


	Mineradores em greve fazem uma passeata em Carletonville: os grevistas reivindicam um salário de 2.900 reais mensais
 (AFP)

Mineradores em greve fazem uma passeata em Carletonville: os grevistas reivindicam um salário de 2.900 reais mensais (AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 18h50.

Johannesburgo - Grevistas das minas de ouro da África do Sul recusaram nesta quinta-feira uma proposta de acordo para pôr fim ao conflito que afeta o setor há semanas e deixou mais dois mortos, indicou uma autoridade do sindicato majoritário NUM.

"Apresentamos a oferta aos mineiros em greve e eles disseram 'não'", disse à AFP Kenneth Buda, o coordenador do NUM, ainda que tenha acrescentado que empregadores e sindicatos voltariam a se reunir na segunda ou terça-feira.

Os grevistas reivindicam um salário de 12.500 rands mensais (2.900 reais).

A Câmara de Minas, que comanda o setor, propôs na noite desta terça-feira uma série de bônus e promoções que o NUM concordou em apresentar aos grevistas, que rejeitaram.

Em meio às negociações, um homem morreu ao ser queimado vivo e outro ficou ferido após ser baleado na manhã desta quinta-feira perto de uma mina de platina da Anglo American Platinum (Amplats), nos arredores de Rustenburgo (norte).

"Por volta das 06h00 (01h00 de Brasília) nesta manhã, a polícia foi informada que 400 pessoas se reuniram nos bairros precários de Nkaneng, perto de uma mina da Anglo American Platinum. Quando os policiais chegaram ao local, comprovaram que um homem foi baleado, mas que estava vivo, e foi levado ao hospital", explicou o capitão Denis Adriao, porta-voz da polícia.


Adriao esclareceu que o homem morreu mais tarde.

"A polícia encontrou vários metros depois um homem que foi queimado. Ainda estava vivo, mas morreu no local", prosseguiu.

"Prendemos 40 pessoas por violência pública", concluiu o porta-voz da polícia, acrescentando que era muito cedo para divulgar a identidade das vítimas.

A Amplats anunciou na sexta-feira a demissão de 12.000 mineiros (mais de 40% de seus efetivos) em Rustenburgo, onde suas operações estão praticamente paralisadas por uma greve não autorizada que começou no dia 12 de setembro.

Quatro das cinco minas de Rustenburgo estão paradas e os mineiros querem o fechamento da quinta.

O conflito da Amplats deixou ao menos quatro mortos. Segundo o NUM, seriam nove mortos. O balanço dos conflitos sociais nas minas supera 50 mortos desde o início de agosto.

A África do Sul vive já há dois meses uma onda de greves não autorizadas que começou com embates sangrentos na mina de platina de Marikana, antes de se expandir para toda a região mineira de Rustenburgo, com minas de ouro e, em menor medida, cromo e carvão.

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