Bloqueio: a greve poderia afetar o preço do cobre, que esteve em seus menores níveis durante os últimos quatro anos (Juan Ricardo/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de março de 2017 às 14h55.
Os trabalhadores da mina Escondida, a maior produtora de cobre do mundo, bloquearam nesta quarta-feira várias vias de acesso ao completar 21 dias em greve.
Um grupo de manifestantes bloqueou as rotas colocando fogo em pneus e a ação impediu a passagem de veículos por algumas horas, até que a polícia conseguiu retirar as barricadas.
Cerca de 1.200 trabalhadores que pedem um aumento salarial acamparam nos arredores complexo localizado no norte chileno e é operado por uma sociedade que tem a australiana BHP Billiton como principal acionista.
Os funcionários protestam pela redução de seus salários em até 300 dólares e cláusulas discriminatórias em contratos para novos trabalhadores.
Também pedem um reajuste de 7% e um bônus de até 39.000 dólares.
Os 2.500 trabalhadores de Escondida reuniram um fundo de 389.000 dólares para esta greve que, preveem, será "longa e duradoura". Em 2006 uma greve nesta mina durou 26 dias.
A BHP Billiton suspendeu a produção por 15 dias e pediu aos trabalhadores que evitassem a violência.
A greve poderia afetar o preço do cobre, que esteve em seus menores níveis durante os últimos quatro anos devido à diminuição das aquisições da China, maior importador mundial.
Analistas indicaram que se a greve se prolongar por um mês, provocará diminuição de 0,2% no já enfraquecido PIB do país.
Em 2016, as exportações do cobre chileno, principal fonte de divisas do país, caíram 8,9% pela baixa dos preços.