Tentativa de golpe: uma semana depois da tentativa, o número de mortos foi atualizado para 270, dos quais 24 foram participantes ativos na ação (Murad Sezer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2016 às 11h33.
Ancara - Vários militares e policiais turcos se suicidaram, ou tentaram fazer, desde o fracassado golpe de Estado ocorrido há uma semana, o último deles um tenente-coronel que tirou a própria vida já que estava deprimido por não poder impedir a tentativa.
Assim comunicou o Governo de Siirt, a província onde Levent Onder, o oficial morto, exercia a função de comandante de uma brigada.
Em outro caso, o coronel Birkan Coroz ameaçou hoje se atirar desde um das pontes sobre o Bósforo, em Istambul.
Meia hora depois, o militar, acusado de participar do golpe, desistiu e foi detido imediatamente pela polícia.
Desde sexta-feira passada, um governador de distrito e três policiais sobre os quais havia suspeitas de terem participado do golpe se suicidaram.
Dois dos agentes faziam parte dos milhares de uniformizados que foram suspensos de suas funções como suspeitos de terem colaborado na tentativa ou de serem seguidores de Fethullah Gülen, o clérigo islamita exilado nos Estados Unidos ao qual Ancara acusa de tentar derrubar o governo.
Uma semana depois da tentativa, o número de mortos foi atualizado para 270, dos quais 24 foram participantes ativos no golpe. Morreram também 72 soldados e 5 policiais que se enfrentaram aos rebeldes e 179 civis.
Também há 100 feridos em estado grave.
O governo turco declarou em 15 de julho, quando iniciou a tentativa de golpe que terminou sufocada no dia seguinte, como "Dia de Comemoração dos Mártires".
Na operação para eliminar supostos elementos "gülenistas" da Administração, um total de 44,6 mil funcionários (a maioria de Educação) e mais de 20 mil professores de centros privados foram suspensos.
Também foram detidas 10.410 pessoas, entre elas um terço de todos os generais das Forças Armadas.
Tanto o presidente, Recep Tayyip Erdogan, como o primeiro-ministro, Binali Yildirim, admitiram que houve erros nos serviços de inteligência e que não se teve informação do golpe até que ocorreu.
"Não faz sentido mantê-lo em segredo após o que aconteceu. Fui informado da tentativa de golpe por meus guarda-costas, parente e por cidadãos depois que já tinha começado", explicou hoje Yildirim.