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Militares de Israel deixam cidade libanesa, a primeira retirada desde cessar-fogo com Hezbollah

Forças libanesas e da ONU estão em Khiam, que estava sob controle israelense desde outubro; violações de ambos os lados deixam trégua por um fio

Saída das forças também foi confirmada pelas Forças Armadas de Israel (KAWNAT HAJU/AFP)

Saída das forças também foi confirmada pelas Forças Armadas de Israel (KAWNAT HAJU/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 22h27.

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Forças israelenses deixaram a cidade libanesa de Khiam, no sul do país, nesta quarta, 11. Esta é a primeira retirada confirmada desde a assinatura do acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, no mês passado. A movimentação das forças foi confirmada pelos EUA, por Israel e pelo Líbano, cujas tropas estão na localidade.

Em comunicado no X, o Comando Central dos EUA, responsável pelas operações no Oriente Médio, afirmou que o responsável pelo comando, general Michael Kurilla, acompanhou a saída dos israelenses e a entrada do Exército libanês em Khiam, localizada a 5 km da fronteira de Israel.

“Este é um primeiro passo importante na implementação de uma cessação duradoura das hostilidades e estabelece as bases para o progresso contínuo” disse Kurilla, citado pela conta do Comando Central, após encontro com o comandante das Forças Armadas Libanesas, Joseph Aoun, e com Jasper Jeffers, vice-comandante do mecanismo de monitoramento das hostilidades entre Israel e Líbano.

A saída das forças também foi confirmada pelas Forças Armadas de Israel.

“Esta manhã (quarta-feira), a 7ª Brigada concluiu sua missão em Khiam, no sul do Líbano. De acordo com os entendimentos de cessar-fogo e com a coordenação dos Estados Unidos, soldados das Forças Armadas Libanesas estão sendo destacados na área juntamente com a Unifil [Força Interina das Nações Unidas no Líbano]”, afirmaram os israelenses em publicação no X.

“A IDF (Forças Armadas de Israel) está operando de acordo com os acordos e entendimentos sobre o cessar-fogo no Líbano. A IDF continua presente no sul do Líbano e operará contra qualquer ameaça representada ao Estado de Israel e seus cidadãos.”

Em comunicado, o Exército libanês afirmou que unidades “foram estacionadas em cinco locais ao redor da cidade de Khiam” em coordenação com a Unifil, “no âmbito da primeira fase de implantação na região, coincidindo com a retirada do inimigo israelense de após comunicações conduzidas pelo Comité de Fiscalização Quinquenal”. Khiam estava sob controle israelense desde 29 de outubro.

“A implementação [das tropas] será concluída na próxima fase, enquanto as unidades especializadas realizarão um levantamento de engenharia na cidade com o objetivo de remover munições não detonadas”, diz o comunicado. “Por isso, o Comando do Exército apela aos cidadãos para que não se aproximem da área e cumpram as instruções das unidades militares até ao final do destacamento.”

Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah

Em vigor desde o dia 27 de novembro, o cessar-fogo entre Israel e o grupo libanês Hezbollah estabeleceu uma suspensão dos combates por pelo menos 60 dias, um período no qual as tropas israelenses no Líbano deverão se retirar das áreas ocupadas perto da fronteira — nas áreas determinadas, o Hezbollah não deverá realizar atividades militares, e as únicas forças permitidas serão o Exército do Líbano e os integrantes da Unifil.

O acordo pôs fim, ao menos temporariamente, a uma violenta ofensiva de Israel no Líbano, que deixou cerca de 3 mil mortos desde meados de setembro, e provocou grande destruição dentro do país. O grupo xiita, por sua vez, perdeu boa parte de sua liderança, incluindo seu comandante, Hassan Nasrallah, e de seu arsenal, considerado um dos maiores do Oriente Médio, mesmo em comparação com as Forças Armadas de alguns Estados.

Contudo, a manutenção da trégua está por um fio desde sua assinatura, e violações de ambos os lados são uma perigosa rotina: nesta quarta-feira, Israel bombardeou várias cidades no sul do Líbano e deixou cinco mortos, de acordo com o Ministério da Saúde local. Os militares israelenses não se pronunciaram.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelense

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