Separatistas: ucranianos esperam que o Dia do Silêncio ajude a endossar um cessar-fogo com separatistas apoiados pela Rússia (Maxim Shemetov/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 07h48.
Kiev - Forças do governo ucraniano disseram ter suspendido operações de combate após o começo do “Dia do Silêncio” nesta terça-feira, marcando um efetivo cessar-fogo na linha de frente do conflito com rebeldes separatistas que destruiu parte do leste do país.
Na cidade de Donetsk, principal bastião dos separatistas, um correspondente da Reuters disse que tiros foram ouvidos até às 9h (horário local), mas depois cessaram.
“Forças militares ucranianas suspenderam todas as ações de combate e estão prontas para o Dia do Silêncio, mas se os separatistas atacarem nós vamos responder”, disse um porta-voz militar por telefone.
Os ucranianos esperam que o Dia do Silêncio ajude a endossar um cessar-fogo com separatistas apoiados pela Rússia que foi acordado há três meses, mas que vinha sendo regularmente violado deixando mortos entre forças do governo, civis e rebeldes.
Caso se mantenha, a trégua poderia aumentar as possibilidades de renovação das conversas de paz na capital bielorrussa, Minsk, no fim desta semana envolvendo a Rússia, a Ucrânia e líderes separatistas, sob os auspícios da Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
Foram nas conversas do chamado grupo de contato em Minsk, no começo de setembro, que um plano para paz, incluindo o cessar-fogo, foi traçado.
Mas muito pouco mudou no leste da Ucrânia desde então. Os separatistas declararam “repúblicas populares” e elegeram autoridades, e, no campo de batalha, avanços separatistas continuaram sobre o principal aeroporto de Donetsk, cujo controle é disputado com forças do governo.
A Ucrânia também acusa a Rússia de fracassar em retirar combatentes e equipamentos militares conforme concordado em setembro.
De acordo com a ONU, mais de 4.300 pessoas foram mortos nos oito meses de conflito, o qual levou as relações entre a Rússia e o Ocidente para o ponto mais baixo desde a Guerra Fria.