Militares da Otan no Afeganistão: militar operava em uma patrulha em província afegã (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 13h28.
Londres - Um veterano marine britânico foi condenado nesta sexta-feira à prisão perpétua por uma corte marcial pelo assassinato em 2011 de um insurgente afegão ferido que tinha sido capturado.
O sargento britânico Alexander Blackman, de 39 anos, escutou o veredicto um dia depois que três juízes do Tribunal Superior de Londres retiraram uma ordem judicial que tinha garantido durante o processo o anonimato do militar, denominado simplesmente até então "marine A".
No dia 8 de novembro, um tribunal militar de Wiltshire (sudoeste da Inglaterra) declarou Blackman culpado da "execução" desse insurgente no Afeganistão.
O militar operava em uma patrulha na província afegã de Helmand no dia 15 de setembro de 2011, acompanhado por outros dois militares, que foram declarados inocentes pela corte marcial.
Segundo imagens gravadas acidentalmente pela câmera que um dos três militares levava no capacete, os três encontraram e detiveram o homem nessa província, gravemente ferido em consequência de um ataque realizado a partir de um helicóptero Apache, que dava apoio à base britânica.
Ao anunciar sua decisão, o juiz disse que Blackman "envergonhou o nome das Forças Armadas britânicas" e "pôs as vidas das tropas em perigo".
"Não se tratou de uma ação adotada "imediatamente" durante a batalha ou imediatamente após ter estado envolvido em uma luta", assinalou o juiz, acrescentando que, após ter visto as imagens, o acusado não sofria "nenhuma ameaça imediata", mas estava "em completo controle" de si mesmo.
Na gravação se vê Blackman atirando com uma pistola no afegão e se escuta dizendo em seguida: "Obviamente, isto não sai daqui, colegas. Acabo de quebrar a Convenção de Genebra".
Quando os militares encontram o afegão ferido, um deles pergunta, segundo o vídeo, se "alguém quer prestar ao idiota os primeiros socorros" antes de outro responder não.
Em outro momento da filmagem, outro dos militares pergunta a Blackman se "deveria atirar na cabeça do homem", ao que o este responde que "seria óbvio demais".
A Polícia Militar deteve os três homens em outubro de 2012 depois que a Polícia civil britânica encontrou a gravação em um computador portátil do Exército.