Pessoas seguram cartazes em funeral das três ativistas curdas mortas em Paris, em Diyarbakir (Umit Bektas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 13h07.
Istambul - O grupo militante curdo PKK disse na quinta-feira que informações da mídia de que seus combatentes iriam se retirar da Turquia sob um processo de paz para acabar com a insurgência de 28 anos eram "mentiras" e parte de uma "guerra psicológica".
A declaração do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) também afirmou que notícias de que o governo turco estava em negociação com os militantes no norte do Iraque eram falsas.
As autoridades turcas iniciaram negociações de paz com o líder preso do PKK no ano passado. Uma reportagem de jornal na quinta-feira disse que seus guerrilheiros iriam se retirar para o norte do Iraque, onde o grupo está baseado, em 21 de março.
O Sabah, um jornal próximo ao governo, disse que a retirada estava planejada para começar no início de março, quando o clima no sudeste da Turquia fica mais ameno, em um passo para acabar com um conflito que já matou 40 mil pessoas.
"As notícias sobre este assunto também são mentiras completamente inventadas", afirmou a declaração do PKK sobre os relatos das negociações com militantes no norte do Iraque. "Essas histórias são ações de uma guerra psicológica deliberada, destinada para a manipulação." O Líder do PKK, Abdullah Ocalan, que está preso na ilha Imrali ao sul de Istambul, deve emitir um chamado dentro de 10 dias para os militantes declararem um cessar-fogo, depois de políticos curdos visitarem-no, de acordo com o jornal.
Em troca pela retirada dos militantes e seu desarmamento final, o governo deve aumentar os direitos dos curdos, que compõem cerca de 20 por cento da população da Turquia, de 76 milhões de habitantes.
Como parte dessas reformas, o Parlamento turco aprovou na semana passada uma lei permitindo que acusados usem a língua curda nos tribunais, uma medida vista como forma de acabar com o impasse nos julgamentos de centenas de acusados relacionados ao PKK.