Milícia patrulha estrada a 15km de Trípoli: milícias impõem sua lei na Líbia (Mahmud Turkia/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 10h49.
Benghazi - O governo líbio, refugiado no leste do país, reconheceu nesta segunda-feira que milícias armadas controlam as sedes dos ministérios e dos serviços públicos na capital, Trípoli.
As milícias impõem sua lei na Líbia ante as autoridades que não conseguem restaurar a ordem desde a queda do regime de Muammar Kadafi em 2011, após oito meses de rebelião armada.
Em um comunicado, o governo demissionário de Abdallah al-Theni afirma que as milícias impedem, sob ameaças, o funcionamento dos serviços do Estado na capital.
O gabinete é responsável por lidar com os assuntos correntes, depois de anunciar na quinta-feira a renúncia ante o Parlamento, eleito em 25 de junho e que também tem a sede no leste do país para escapar do cerco das milícias armadas.
"As sedes dos ministérios e dos serviços do Estado em Trípoli estão ocupadas por milicianos armados que impedem o acesso dos funcionários e ameaçam as pessoas", afirma um comunicado do gabinete.
O governo demissionário "tenta garantir de longe a continuidade dos serviços, mantendo contato com as autoridades", completa a nota.
Al-Theni acusou em 25 de agosto os milicianos do grupo "Fajr Libya", procedentes em sua maioria da cidade de Misrata (ao leste da capital), pelo incêndio e saque de sua residência ao sul de Trípoli, depois que tomaram o aeroporto da capital aos milicianos rivais de Zenten (oeste).
O "Fajr Libya", integrado por facções islamitas que desejam formar um governo paralelo em Trípoli, foi chamado de "terrorista" pelo Parlamento.