O último comboio militar americano deixa o Iraque e atravessa a fronteira do Kuwait (AFP/Getty Images/Arquivo/Mario Tama)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 15h59.
Bagdá - O líder de uma milícia xiita do Iraque responsável pelo sequestro do guarda-costas britânico Alan McMenemy, em 2007, disse nesta quinta-feira que o refém foi morto numa tentativa de fuga, e que o grupo está disposto a entregar o corpo sem pré-condições.
McMenemy foi sequestrado pelo grupo Asaib al-Haq (Liga dos Virtuosos) junto ao programador de computador Peter Moore e mais três guarda-costas britânicos. Moore foi solto em 2009.
O clérigo xiita Qais al-Khazali, que comanda a milícia, disse que os quatro seguranças foram mortos ao tentarem fugir do cativeiro. Ele não disse quando isso aconteceu.
Os corpos dos três outros guarda-costas haviam sido devolvidos por ocasião da libertação de Moore. A não-devolução do cadáver de McMenemy gerou especulações de que ele estaria vivo.
"Os irmãos me disseram que aqueles quatro guarda-costas tentaram fugir ... Eles tiraram proveito de um momento negligente e arrancaram a arma de um dos guardas, e o confronto se seguiu e levou a esse resultado. Lamentamos honestamente por esse incidente", disse Khazali à Reuters na quarta-feira.
"Peter Moore estava em outro local. (Os sequestradores) sabiam como ele era importante e estavam esperando uma invasão ou alguma outra coisa. Além disso, Peter era um civil, e eles sabiam que seria inesperado que ele assumisse qualquer tipo de risco. Mas o confronto aconteceu com os quatro guardas, e levou todos eles a serem mortos."
O clérigo disse que "já faz um tempo" que a milícia está disposta a entregar o quarto corpo. "Não temos uma exigência específica para entregá-lo, e não temos problema em fazê-lo. É uma questão logística."
A chancelaria britânica disse estar a par da oferta e mantendo contatos com as autoridades do Iraque e com outros para resolver a questão.
Moore disse que a devolução do corpo da colega seria "o fim do capítulo, o fim do livro". "Aquilo nunca irá embora das nossas vidas, mas é importante ir adiante. Não temos de esquecer, mas temos de continuar lutando", afirmou ele ao canal britânico de TV Channel 4.
Moore e os seguranças foram capturados num ataque ao Ministério das Finanças, no centro de Bagdá, durante o auge da violência sectária entre xiitas e sunitas no Iraque. Os EUA acusam o Irã de financiar a milícia Asaib al-Haq, uma dissidência do Exército Mehdi, do clérigo antiamericano Moqtada al-Sadr.